domingo, 22 de janeiro de 2017

DNA original

 Rodrigo Stenio
(Resenha filosófica sobre a criação da vida e
a evolução da espécie humana!)


Não havia nada...era uma mistura de matérias, muitos elementos e sementes enviadas pelo cosmos; um sol ardente que emanava o primeiro segredo da vida, um sopro elementar que supre o desejo inato dessa matéria misturada, se tornar orgânica.

Nesse fluxo constante e infernal de elementos, outro segredo trazido por asteroides e protoplanetas maiores, cometas, e objetos transneptunianos, começava a formar nossa atmosfera, nossa maior e melhor defesa, além de item essencial para a vida.

 A luz trazida pelo sol, os raios que rompem nossa atmosfera todas as manhãs, que fornece o calor e a energia que necessitamos e a água trazida pelos fragmentos do espaço, que alimenta as células básicas e possibilita a criação dessa mesma atmosfera que recebe a luz do Sol, são os primeiros segredos revelados da vida. A partir desse momento, com a evolução progressiva dos elementos e suas combinações, a vida iria nascer em nosso planeta.


A desgaseificação e a atividade vulcânica produziram a atmosfera primordial da Terra. O vapor de água condensado, a que se juntou gelo e água líquida começaram a formar os primeiros oceanos. O Sol recém formado possuía apenas (70%) da sua luminosidade atual, porém as evidências mostram que os oceanos antigos se mantiveram líquidos, uma contradição a que se deu o nome de paradoxo do jovem Sol fraco. A combinação de gases estufa e níveis de atividade solar mais elevados, serviu para aumentar a temperatura na superfície da Terra, evitando que os oceanos congelassem. Há cerca de 3,5 bilhões de anos, estabeleceu-se o campo magnético terrestre, o qual ajudou a evitar que a atmosfera fosse levada pelos ventos solares.

O campo magnético terrestre assemelha-se a um dipolo magnético com seus polos próximos aos polos geográficos da Terra. Uma linha imaginária traçada entre os polos sul e norte magnéticos, apresenta uma inclinação de aproximadamente 11,3º relativa ao eixo de rotação da Terra.

Como o efeito do campo magnético terrestre se estende por várias dezenas de milhares de quilômetros, no espaço ele é chamado de magnetosfera da Terra. A localização dos polos não é estática, chegando a oscilar vários quilômetros por ano. Os dois polos oscilam independentemente um do outro e não estão em posição diretamente opostas no globo.

Nosso planeta agora recebia a luz do Sol, mantinha de forma líquida uma reserva considerável de água, apresentava elementos em formas sólidas, líquidas e gasosas, possuía uma atmosfera elementar em formação como uma espécie de capa de energia magnética. 

Com todos esses fatores, nosso planeta já oferecia componentes e uma "infraestrutura" que possibilitava o florescimento da vida. De organismos biológicos que eram muito simples, mas já eram capazes de se reproduzir e trocar substâncias com o seu meio.

Mas de que forma, esses elementos em vários estados, o calor ou o frio, a pressão atmosférica, a força da gravidade, a água e a energia fornecida pelo nosso Sol, foram capazes de se agrupar sob as formas e condições absolutamente perfeitas e precisas, ao ponto de gerar uma vida? Onde está o elo entre tudo o que é necessário para um organismo estar vivo, e o momento em que ele se torna vivo?

São muitas as teorias sobre a gênese, uma das mais difundidas, é a da geração espontânea. Onde a soma perfeita e precisa das condições necessárias e o nascimento da vida, são reações naturais submissíveis às leis conhecidas da química, física e biologia.

Mas seria mesmo possível que a vida seja capaz de se auto criar, sem absolutamente nenhuma interferência inteligente ou no mínimo mais complexa?

Uma coisa é praticamente certa, ou parcialmente compreendida como um fato, algumas reações químicas altamente energéticas produziram uma molécula auto replicadora há cerca de 4 bilhões de anos. Todo ser vivo reproduz, copiando seu material genético e passando-o para a prole. Assim, a habilidade de copiar as moléculas que codificam informações genéticas é um passo chave na origem da vida, sem isso, a vida não poderia existir.
Mas o passo seguinte continua um enigma, uma versão codificada da realidade que somos capazes de aceitar e visualizar. A origem da vida, está ligada ao maior mistério da existência humana, atinge e alimenta diversos comportamentos sociais, crenças, teorias, conceitos e teses.

Milhares de culturas religiosas foram criadas durante a nossa existência nesse planeta, muitas foram praticadas e são ainda hoje, por mais de 5.000 anos. A mais antiga das religiões que se tem registro, é o hinduísmo cuja a tradição oral, data de aproximadamente 3.500a.C, na Índia.

Não importa qual seja a crença ou o conceito, todas elas de forma geral, buscaram e criaram uma explicação para a origem da vida, além de procurar um caminho, um conjunto de conceitos morais para que a própria sociedade humana pudesse coexistir. Sempre houve uma necessidade intrínseca de não estar sozinho, de não sentir em seu âmago uma plena solidão cósmica. Temos uma necessidade latente de acreditar plenamente em divindades e em locais tão puros e tão sujos que chegam a ser o fator de orientação predominante na vida de uma pessoa em absolutamente qualquer parte do mundo.

O ser humano, além de ter essa necessidade, tem a sensação, uma demanda energética que emana do nosso inconsciente coletivo, que nos diz claramente sem palavras: "Você não está sozinho!"
Quando olhamos para o céu, focamos nossos pensamentos, anseios, angústias, agradecimentos, sentimentos...mas porque fazemos isso?

Porque nos comunicamos com o universo de forma tão natural e constante? O que há no céu?

Uma explicação plausível e aceita, é que as pessoas, de forma geral, tendem a absorver e seguir conceitos religiosos onde as suas divindades maiores, vivem em outras esferas dimensionais que geralmente são consideradas acima da nossa. Portanto as pessoas olham para cima, para se comunicar com essas divindades.
Mas esse comportamento social, nos leva diretamente a uma questão pertinente; essa prática usual surgiu depois da criação das primeiras religiões, ou já nos comunicávamos com o universo antes das suas criações e justamente por isso começamos a criar "rostos" e "formas" para o que o firmamento realmente nos significa?

Umas das conquistas mais antigas de nossos ancestrais humanos, foi o controle do fogo. Sem essas técnicas, provavelmente nossa espécie não teria sobrevivido. Depois que isso aconteceu, tudo mudou para a humanidade.

Qual foi o desafio que fez com que nossos ancestrais humanos fossem capazes de dominar o elemento mais volátil e essencial da Terra, o fogo? Foi apenas mais uma parte do nosso desenvolvimento intelectual?

Quando olhamos para o fogo, temos a sensação de que nossos ancestrais, de alguma forma, estavam esfregando gravetos, mas todas as culturas antigas, dizem que esse conhecimento nos foi dado. Segundo as lendas dos nativos americanos, o fogo foi roubado do “mundo” acima, segundo os Maoris, o fogo foi roubado dos “Deuses”, na mitologia grega, foi Prometeu quem roubou o fogo e os deu para os humanos. Qual é o motivo de tantos mitos e lendas serem tão semelhantes em vários locais distintos do globo? Se esse conhecimento nos foi dado, por quem exatamente?
 Uma certeza evidente, é que a partir do momento em que o ser humano começa a se relacionar de forma afetiva e principalmente em desenvolver o raciocínio prático e lógico, os primeiros passos haviam sido dados para o seu subsequente e maior degrau evolutivo, a associação da linguagem em seus padrões de rotina.

Agora, além de poder manter um nível social mais elevado, com a formações de grupos familiares mais conscientes, com a linguagem nossos ancestrais podiam se comunicar de forma direta, além de passar adiante os conhecimentos já adquiridos. Então agora as pessoas podiam aprender umas com as experiências das outras...como tempo, o domínio do fogo e ferramentas rudimentares, começamos a nos distinguir intelectualmente, de forma prática e filosófica.
Mas foi exatamente em algum momento desse desenvolvimento ainda primitivo e dessa interação com o meio e com as outras pessoas, que começamos a nos perceber diferentes, completamente distintos de todos os outros animais. Já começávamos a realizar feitos que não víamos em sua forma natural, estávamos adaptando o meio às nossas necessidades, essa também é uma qualidade absolutamente única do ser humano, todas as outras espécies já nascem com uma "orientação" de adaptabilidade ao meio em que vive, de forma natural e programada




Éramos melhores, mais adaptáveis e flexíveis, nossa inteligência e nossa comunicação racional, nos tornava o ser dominante, então começamos a racionalizar a nossa existência...então começamos a nos sentir unicamente sozinhos, a nossa era a única espécie capaz de interagir conosco em um nível mais complexo e avançado.

O que ou quem foi responsável por toda essa evolução humana? Como deixamos de provavelmente ser simples seres primatas e socialmente involuídos, para nos tornarmos a espécie mais desenvolvida do planeta?
Inicialmente éramos apenas um grupo de animais que coexistia de forma comunitária, que tinha a sobrevivência como maior objetivo de existência, depois, de forma abrupta e até então inimaginável, passamos para seres complexos, que desenvolveram uma comunicação com signos e códigos e posteriormente uma linguagem verbal própria, ferramentas e adornos, racionalizações práticas e diretas, sentimentos e necessidades intrínsecas tão distintas e complicadas.




Essa transformação radical e grandiosa, no leva de volta às questões sobre o surgimento da vida e toda a história evolutiva de todas as espécies que já coexistiram em nosso planeta. Como esses "saltos" acontecem? Do nascimento da vida ao fato mais impressionante e único de que temos conhecimento, como a natureza por si só, é capaz de criar e cercear a vida e a evolução das espécies?






Assim como as religiões são criações humanas genuínas e tentam explicar a criação, nos tempos modernos até os dias atuais, a ciência através de suas disciplinas e estudos, também tenta nos dar uma versão para a criação e a evolução.

De todas as teorias já criadas pelas diversas ciências e suas ramificações, a mais aceita até hoje é a teoria natural da evolução de Charles Darwin. Naturalista, inglês, nascido em 1809 e tendo falecido em 1882, esse médico e teólogo, passou muitos anos dentro de um navio, viajando e pesquisando as espécies, os habitats onde elas vivem e a sua adaptação ao meio. Após vinte anos de pesquisa, ele desenvolveu a sua tese: A seleção natural.

A seleção natural é um processo pelo qual características hereditárias que contribuem para a sobrevivência e reprodução se tornam mais comuns numa população, enquanto que características prejudiciais tornam-se mais raras. Isto ocorre porque indivíduos com características vantajosas tem mais sucesso na reprodução, de modo que mais indivíduos na próxima geração herdem estas características. Ao longo de muitas gerações, adaptações ocorrem através de uma combinação de mudanças sucessivas, pequenas e aleatórias nas características, mas significativas em conjunto, em virtude da seleção natural e das variantes mais adequadas, ou adaptados ao seu ambiente. Em contraste, a deriva genética produz mudanças aleatórias na frequência das características numa população. A deriva genética reflete o papel que o acaso desempenha na probabilidade de um determinado indivíduo sobreviver e reproduzir-se.


Mas qual seriam os fatores diretos entre o meio ambiente e as próprias espécies biológicas que puderam interferir e contribuir de forma substancial para a evolução por seleção natural, principalmente do ser humano? Quais foram as interferências naturais capazes de gerar a demanda da linguagem por parte do ser humano por exemplo?

Linguagem pode se referir tanto à capacidade especificamente humana para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação, quanto à uma instância específica de um sistema de comunicação. O estudo científico da linguagem, em qualquer um de seus sentidos, é chamado linguística.


Atualmente, entre 3.000 e 6.000 línguas são usadas pela espécie humana, e um número muito maior era usado no passado. As línguas naturais são os exemplos mais marcantes que temos de linguagem. No entanto, ela também pode se basear na observação visual e auditiva, ao invés de estímulos. Como exemplos de outros tipos de linguagem, temos as línguas de sinais e a linguagem escrita. Os códigos e os outros tipos de sistemas de comunicação construído artificialmente, tais como aqueles usados para programação de computadores, também podem ser chamadas de linguagens. A linguagem, nesse sentido, é um sistema de sinais para codificação e decodificação de informações. A palavra portuguesa deriva do francês antigo “langage”. Quando usado como um conceito geral, a palavra "linguagem" refere-se a uma faculdade cognitiva que permite aos seres humanos aprender e usar sistemas de comunicação complexos.

A linguagem humana enquanto sistema de comunicação é fundamentalmente diferente e muito mais complexa do que as formas de comunicação das outras espécies, já que se baseia em um diversificado sistema de regras relativas a símbolos para os seus significados, resultando em um número indefinido de possíveis expressões inovadoras a partir de um finito número de elementos.
De acordo com os especialistas, a linguagem pode ter se originado quando os primeiros hominídeos começaram a cooperar, adaptando sistemas anteriores de comunicação baseado em sinais expressivos a fim de incluir a teoria da mente, compartilhando assim intencionalidade. Nessa linha, este desenvolvimento pode ter coincidido com o aumento do volume do cérebro, e muitos linguistas veem as estruturas da linguagem como tendo evoluído a fim de servir a funções comunicativas específicas. 

A linguagem é processada em vários locais diferentes do cérebro humano, mas especialmente na área de Broca e na Área de Wernicke. Os seres humanos adquirem a linguagem através da interação social na primeira infância. As crianças geralmente já falam fluentemente quando estão em torno dos três anos de idade.

Todas as línguas contam com o processo de semiose que relacionam um sinal com um determinado significado. Línguas faladas e línguas de sinais contém um sistema fonológico que regem a forma como os sons ou os símbolos visuais são articulados a fim de formar as sequências conhecidas como palavras ou morfemas; além de um sistema sintático para reger a forma como as palavras e os morfemas são utilizados a fim de formar frases e enunciados. Línguas escritas usam símbolos visuais para representar os sons das línguas faladas, mas elas ainda necessitam de regras sintáticas que governam a produção de sentido a partir de sequências das palavras.

As línguas evoluem e se diversificam ao longo do tempo. Por isso, sendo a língua uma realidade essencialmente variável, não há formas de falar intrinsecamente erradas. A noção de certo e errado tem origem na sociedade, não na estrutura da língua.

A história de sua evolução pode ser reconstruída a partir de comparações com as línguas modernas, determinando assim quais características as línguas ancestrais devem ter tido para as etapas posteriores terem ocorrido. Um grupo de idiomas que descendem de um ancestral comum é conhecido como família linguística. As línguas que são mais faladas no mundo atualmente pertencem à família indo europeia, que inclui línguas como o Inglês, o espanhol, o português, o russo e o hindi; as línguas sino-tibetanas, que incluem o chinês, mandarim, cantonês e muitos outros; as línguas semíticas, que incluem o árabe, o amárico e o hebraico; e as línguas bantu, que incluem o suaíli, o Zulu, o Shona e centenas de outras línguas faladas em toda a África.

De que forma, em que espaço, dentro no nosso tempo biológico, surgiu algum tipo de necessidade direta e objetiva, capaz de nos trazer aspectos que permitissem a evolução da linguagem humana? O que dentro do nosso meio externo e posteriormente interno, foi capaz de nos levar a esse salto evolucionário tão singular?

Se levarmos em conta a teoria da geração da vida ser espontânea, apenas dependendo de substâncias e condições perfeitas e precisas, e a teoria de Darwin, que diz que as espécies evoluem pela seleção natural; estaríamos pensando em um processo extremamente lento e contínuo. Uma enorme quantidade de tempo biológico seria necessária para que a vida fosse criada e posteriormente as diversas espécies do nosso planeta, fossem surgindo e gradativamente evoluindo naturalmente e de certa forma aleatoriamente.
Esse modelo de evolução proposto por Darwin, no entanto, enfrentou um problema já em sua época: ao coletar fósseis, nunca se observou a lenta modificação dos traços prevista pela teoria. No registro conservado em pedra, muitas espécies pré-históricas apareciam como que de repente. Para Darwin, esse pretenso erro acontecia porque poucas espécies deixavam fósseis e, naquela época, um número muito pequeno havia sido encontrado pelos cientistas. No entanto, mais de cem anos depois, os paleontólogos ainda não constatam o gradualismo em suas descobertas. Para alguns cientistas, o problema pode estar na própria teoria, para se ter uma ideia, um dos maiores questionamentos, é justamente sobre o corpo humano e alguns de seus detalhes. Por exemplo: Se o ser humano realmente é uma evolução direta de um primata, porque deixamos de ter pelos? Todos os seres das espécies primatas, os possuem. Qual seria a lógica e ou necessidade que nos teria feito perder a nossa principal proteção contra o frio, o calor, e a chuva? Muitos fósseis de hominídeos foram encontrados no interior de cavernas, se utilizando de diversos tipos diferentes de peles de animais, muito provavelmente para se aquecer. Então se o ser humano é mesmo uma evolução natural de um animal com pelos, porque os perderíamos, se eram uma forma natural e extremamente útil de nos protegermos das variações do ambiente e mesmo de outros animais?

Outra questão importante, é a presença de animais que hoje sabemos que são espécies ainda mais antigas que o próprio ser humano, mas que não deram seguimento em sua evolução por seleção natural. Animais como os crocodilos e jacarés, tartarugas marinhas e jabutis, algumas espécies de baleias e peixes como tubarões, já estão nos ecossistemas terrestres há centenas de milhões de anos, muito antes dos primeiros primatas. Seus fósseis são largamente encontrados em vários locais do globo e datam de vários períodos, no entanto sua estrutura óssea e formato, continuam o mesmo por todo esse tempo. Alguns cientistas menos ortodoxos, propõem que se esses animais permanecessem evoluindo constantemente desde os períodos de vida mais conhecidos de suas espécies, seguindo a teoria de Charles Darwin, tecnicamente hoje deveriam ser até mesmo mais inteligentes e evoluídos que a nossa própria espécie. Segundo esses cientistas, a teoria de Darwin é falha e muito difícil de se sustentar. Alguns dizem que se a teoria citada fosse mesmo definitiva e assertiva, deveríamos então ver cidades submarinas de tubarões e baleias, linguagens complexas presentes em crocodilos e jacarés e etc.

Em 1972, Stephen Jay Gould e o paleontólogo Niles Eldredge, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, Estados Unidos, propuseram a hipótese do “equilíbrio pontuado” para resolver esse mistério. Para eles, a evolução acontece em saltos relativamente rápidos, de cerca de 10.000 anos. Uma vez desenvolvidas, as espécies tendem a se manter constantes por até milhões de anos. Esses saltos acontecem quando populações pequenas desenvolvem rapidamente novas características para se adaptar a um determinado ambiente. É ponto pacífico que um grupo reduzido de indivíduos tende a evoluir em menor tempo, uma vez que qualquer nova característica é facilmente espalhada para todos.
Quando o grupo se modifica, ele pode migrar ou cruzar com outras populações e transmitir rapidamente os novos traços para o resto da espécie. Os rastros que um modelo desses deixa no registro fóssil dão a ideia de que a evolução "tirou férias" durante milênios e trabalhou freneticamente por pouco tempo.

A novidade dessa teoria em relação ao darwinismo ortodoxo é que, em vez da evolução lenta e gradual que age em princípio sobre indivíduos, há uma evolução rápida que é causada por grupos inteiros.

Pesquisas recentes mostram que, em alguns casos, as espécies podem evoluir ainda mais rápido do que Gould e Eldredge imaginaram. Um estudo divulgado em outubro do ano passado apresentou evidências de que uma espécie de salmão chegou quase ao isolamento reprodutivo em cerca de 60 anos. Durante a década de 1930, esse peixe foi introduzido em um hábitat no noroeste dos Estados Unidos composto de um rio e uma praia fluvial. Alguns animais se especializaram em viver na correnteza e desenvolveram características distintas daqueles que habitavam as águas calmas da praia. Hoje em dia, os peixes de uma população dificilmente se reproduzem com os da outra e, caso isso ocorra, os descendentes têm poucas chances de sobreviver. “Ainda não se pode dizer que são duas espécies diferentes, mas esse caso é um modelo de como surgem novas linhagens”, afirma Andrew Hendry, da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, o autor do estudo.
Para muitos pesquisadores, diversos outros fatores tendem a interferir na evolução. Muitas das características dos seres vivos podem surgir como consequências de outras modificações. Algumas vezes, eles são apenas frutos do acaso. Além disso, teorias indicam que alguns sistemas podem se auto organizar sem sofrer interferência da seleção natural.
Um método muito utilizado para explicar a origem das características dos seres vivos é o adaptacionismo. Ele parte do princípio darwinista de que as modificações entre uma geração e outra são aleatórias e é em contato com o ambiente que algumas se tornam dominantes e outras são eliminadas. Assim, é possível traçar o caminho pelo qual as espécies evoluíram analisando a forma como cada novo traço facilitou a adaptação ao ambiente. Por exemplo, os morcegos, que são mamíferos, desenvolveram asas como as aves, o que indica que voar é uma boa solução para superar dificuldades evolutivas e se adaptar ao ambiente em que vivem.

Muitos biólogos, no entanto, acreditam que o adaptacionismo também tem seus limites. Algumas características dos seres vivos podem surgir por simples acaso. É o que mostra a pesquisa realizada por Richard Lenski, da Michigan State University, com a Escherichia coli, uma bactéria encontrada em enorme quantidade no intestino dos animais. Em 1988, ele separou 12 culturas idênticas dessa espécie e as cultivou por mais de 11 anos, o que representou cerca de 24.000 gerações (em termos humanos, esse número equivaleria a cerca de 500.000 anos). Durante todo esse tempo, enfrentaram um ambiente com baixa quantidade de glicose, uma substância da qual se alimentam. Em princípio, as populações evoluíram de forma semelhante e todas aumentaram quase duas vezes o tamanho do seu corpo. No entanto, após os primeiros milhares de gerações observou-se que o material genético dos grupos não era mais igual.

É possível também que a evolução combine a seleção natural com outras leis da natureza. É o que indicam novos estudos das ciências da complexidade. Essa linha de pesquisa parte do princípio de que alguns sistemas possuem tendências que não podem ser explicadas pelas características de suas partes. Por exemplo, não é possível prever a direção de uma avalanche se conhecermos apenas as características dos flocos de neve, assim como não se pode partir apenas da psicologia de cada torcedor para entender o comportamento de uma torcida de futebol. É o sistema como um todo, em sua complexidade, que deve ser analisado.

Para o americano Stuart Kauffman, esse princípio pode explicar a origem da vida. O mundo, antes dos seres vivos, era basicamente um amontoado de moléculas de diferentes tipos. Cada uma delas possuía a capacidade de acelerar quimicamente a formação de outras partículas. Em um certo momento, o conjunto adquiriu uma quantidade razoável dessas moléculas, que começaram a interagir e acelerar o desenvolvimento do conjunto todo. Formou-se assim um sistema estável e auto suficiente, semelhante a um ser vivo. A ideia de que substâncias mortas se organizem de uma hora para outra para criar a vida pode parecer estranha, mas foi observada por Kauffman em simulações por computador. Portanto, aquelas formas primitivas de vida, criadas quimicamente, estariam depois sujeitas à seleção natural, mas não foram criadas por ela.

A discussão pega fogo quando chega a hora de explicar a evolução humana. Será que o nosso cérebro e, em consequência, o nosso comportamento, pode ser explicado pela seleção natural? Os adeptos da psicologia evolutiva acreditam que sim: algumas das nossas atitudes surgiram da necessidade de nos adaptarmos ao longo da evolução. Essa teoria parte do princípio de que o comportamento humano pode ser separado em módulos mentais, responsáveis por diferentes funções. Alguns são quase óbvios, como a habilidade de reconhecer objetos visualmente ou de calcular distâncias. Outros são mais difíceis de imaginar, como o módulo para detectar trapaças e o que relaciona a simetria facial à beleza. Segundo pesquisas nesse campo, nós consideramos pessoas simétricas mais atraentes porque, há alguns milênios, a beleza estava relacionada com a saúde. Assimetrias poderiam ser um sinal de infecções ou contusões e entraram em nossa programação biológica como traços a serem evitados.

As relações entre a seleção natural e o nosso cérebro são tão interessantes quanto controversas. Para muitos cientistas, o cérebro é um órgão complexo demais para ser dividido em módulos e é possível que a maior parte do nosso comportamento seja formada por consequências secundárias de outras modificações.

A capacidade de ler e escrever seria uma dessas características. A seleção natural fez com que o ser humano ganhasse inteligência porque ela era importante nas savanas africanas, mas não para que o homem redigisse textos. Posteriormente, a escrita tornou-se importante, mas não faz sentido buscar uma justificativa evolutiva para ela. Assim como a leitura, muitas outras atitudes humanas, como pintar quadros ou voar no espaço, não possuiriam nenhuma explicação adaptativa.

O fato é que até então, mesmo com todos os estudos, conceitos e teorias, além de obviamente todas as crenças, práticas, ritos, doutrinas e religiões criadas pela nossa mais forte força regente, a fé, como é chamada mais usualmente pelo planeta, pouco se tem de realmente concreto e sólido, ao ponto de nos confortar enquanto explicação definitiva para a "criação". Nada até então se apresentou como provado de forma incontestável!

Esse sentimento abrangente e substancial que preenche o vazio que absolutamente todo ser humano tem, seja através da busca pelo conhecimento e ou por um "criador", é que se mostra como uma característica intrínseca e especialmente singular em todos nós. Essa inquietude quanto às nossas origens e destino, pode se manifestar de várias formas em todas as nossas sociedades; temos formas muito céticas e científicas e temos as mais crédulas e religiosas. Essa sensação latente é tão enraizada em nosso próprio código genético, de que não estamos sozinhos e de que nunca houve aleatoriedade ou reações diversas e adversas capazes de gerar o sopro elementar de toda a existência e sua evolução, que passamos grande parte de nossas vidas buscando por respostas ou por algum tipo de conforto espiritual.

Nada pode ser mais produtivo para a melhor e maior compreensão do nosso meio social moderno, que a observação e o estudo aplicado das diversas ciências cujo objetivo é desvendar e entender o passado. Agora temos meios e condições de rever a nossa linha do tempo, não apenas da humanidade, mas do nosso próprio planeta. A geologia, a antropologia, a astrofísica, a arqueologia, a biologia, a química, a física e muitas outras sub ramificações, hoje vem nos abrindo uma gama muito grande e bem fundamentada de teorias e conceitos, alguns desses que antes eram considerados incontestáveis e agora se mostram obsoletos e ultrapassados.

Novas descobertas nos campos da arqueologia, vem deixando toda a comunidade acadêmica e religiosa, sem voz e sem respostas. Até então, é bem comum ver cientistas dizendo que há aproximadamente 10.000a.C, ainda estávamos morando em cavernas, que éramos simples coletores e caçadores primitivos agindo em conjunto com o único objetivo de sobreviver.

Um tema mitológico muito conhecido no Japão, Taiwan, China e Filipinas descrevem a antiga busca por uma civilização perdida naquela região do planeta. Esse folclore cita através de lendas a probabilidade de um reino submerso nas Águas do Oceano Pacífico, com uma linha costeira que unia várias terras e onde os fragmentados arquipélagos da Malásia, da Indonésia, das Filipinas e do Japão não seriam mais do que partes de um grande continente.
Alguns pesquisadores o denominam de Lemúria, mas no Japão, é chamado Hori. E foi em 1985 que mergulhadores japoneses fizeram surpreendentes descobertas. Ao estudarem uma região no Arquipélago de Ryûkyû, a 480 km a sudoeste de Okinawa – Japão, o mergulhador Kihachiro Aratake estava com sua equipe procurando melhores lugares para turistas praticarem mergulho quando encontrou um conjunto de misteriosas ruínas magalíticas. Era uma plataforma com escadarias, as quais cada uma tem mais ou menos 1 metro de altura, assemelhando-se com um altar em pedras cortadas com precisão.

São restos de uma cidade antiquíssima submersa próxima ao território japonês. A área tem 28,88 km² que tem uma população de menos de 200 moradores. Muitos historiadores, arqueólogos e outros cientistas foram atraídos até o sítio arqueológico, onde realizaram estudos geológicos para o cálculo da idade destes monumentos.

Chegaram a uma estupenda conclusão: os monumentos têm perto de 12.000 anos de idade. Isso coloca as edificações como sendo as mais antigas do planeta. Mais oito grandes estruturas feitas pelo homem foram encontradas no decorrer de 10 anos de exploração e pesquisas, com destaque para um enorme platô com mais de 200m de comprimento, e para deixar os arqueólogos ainda mais atônitos, descobriu-se uma pirâmide igual às pirâmides Astecas e Maias (5 andares e alinhadas de acordo com pontos cardeais), além de um conjunto de ziguraes.


Considerando que após redatarem a idade da Esfinge de Gizé para cerca de 12.000 anos de idade (muito mais antiga do que assegura a arqueologia ortodoxa), calcula-se então que esse conjunto de construções no mar japonês tenha sido construído na mesma era em que sugiram as colossais pirâmides do Egito.




E mais surpresas estavam por vir. Não muito longe do local, outras ruínas vieram ao conhecimento, sendo uma delas, uma caverna rodeada de grandes pilares e uma estátua de cabeça humana um tanto gasta pela erosão das águas, submersa a cerca de 18 metros abaixo da superfície. Essa obra megalítica, segundo os arqueólogos, é muito parecida com os Moais da Ilha de Páscoa, na costa do Chile, também no Oceano Pacífico.
São escadarias, entalhes na rocha, rampas, terraços, pilares, desenhos de animais feitos em pedras única e a perfeita indicação de que Yonaguni pode ser o mais antigo sítio arquitetônico da história de uma humanidade desconhecida, principalmente depois que foram encontradas ferramentas de entalhe.



Para completar ainda mais a surpresa dos pesquisadores, outra descoberta: uma parede onde estão gravadas inscrições em estranhos caracteres, chamada Okinawan Rosseta Stone. Esses hieróglifos confirmam que o achado tem tudo pra ser obra de seres humanos, de uma civilização altamente evoluída que habitou o local há vários milhares de anos.







As pesquisas prosseguem através do Masaaki Kimura e sua equipe da Universidade de Ryûkyû. Os cientistas confirmam que essa formação retangular de pedras que foi encontrada submersa na costa do Japão é a evidência de que pode ter existido uma desconhecida e fantástica civilização, anterior a Idade da Pedra.

Outro ponto em nossa história que se mostra um tanto controverso, quanto à linha do tempo e a evolução social humana, foi a descoberta de Göbekli Tepe (Monte com Barriga ou Monte com Umbigo em turco) é o topo de uma colina onde foi encontrado um santuário, no ponto mais alto de um encadeamento montanhoso que forma a porção mais a sudeste dos montes Tauro, a aproximadamente 15 km a nordeste de Şanlıurfa (Urfa) no sudeste da Turquia. O local possui 15 metros de altura por 300 de diâmetro. O sítio arqueológico, que está sendo escavado por arqueólogos alemães e turcos, junto com o sítio de Nevalı Çori, vem revolucionando o conhecimento do neolítico e as teorias sobre o início da civilização.

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Göbekli Tepe já havia sido notada por uma pesquisa arqueológica norte americana em 1964, que reconheceu que a colina não poderia ser inteiramente natural, mas presumiu que anomalias do terreno eram apenas um cemitério bizantino abandonado. Desde 1994 escavações tem sido conduzidas pelo Instituto Arqueológico Alemão e pelo Museu de Şanlıurfa, sob a direção do arqueólogo alemão Klaus Schmidt (1995-2000:Universidade de Heidelberg, desde 2001: Instituto Arqueológico Alemão). Schmidt diz que os fragmentos de rocha na superfície do monte fizeram com que tivesse certeza de que se tratava de um sítio pré-histórico. Antes disso o monte estava ocupado por culturas agrícolas. Gerações de habitantes locais frequentemente moviam rochas e as empilhavam para limpar o terreno e muita evidência arqueológica pode ter sido destruída no processo. Acadêmicos da Universidade Karlsruhe de Ciência Aplicada começaram a documentar os restos arquitetônicos. Logo foram descobertos pilares em forma de T, alguns dos quais apresentando sinais de tentativas de esmagamento.



As escavações sugerem fortemente que Göbekli Tepe era um local de culto, o mais antigo já descoberto até hoje. Até que as escavações tivessem começado, não se imaginava possível um complexo nessa escala para uma comunidade tão antiga. A grande sequência de camadas estratificadas sugere muitos milênios de atividade, talvez desde o mesolítico. A camada com indícios de ocupação humana mais antiga (stratum III) continha pilares monolíticos ligados por paredes construídas grosseiramente para formar estruturas circulares ou ovais. Até agora, quatro construções como essas foram desenterradas, com diâmetros entre 10 e 30 metros. Pesquisas geofísicas indicam a existência de mais 16 estruturas.

O stratum II, datado do Neolítico Pré-Cerâmico B (PPNB, na sigla em inglês, 10.000 - 8.000a.C), revelaram várias câmaras retangulares adjacentes com pisos de cal polido reminiscências de pisos em estilo "terrazzo" romanos. A camada mais recente consiste de sedimentos depositados pela erosão e pela atividade agrícola.

Os monólitos são decorados com relevos esculpidos de animais e pictogramas abstratos. Esses sinais não podem ser classificados como escrita, mas podem representar símbolos sagrados amplamente compreendidos, por analogia com outros exemplos de arte rupestre do neolítico.


Os relevos representam leões, touros, raposas, gazelas, burros, serpentes e outros répteis, insetos, aracnídeos e pássaros, particularmente abutres e aves aquáticas. Os abutres aparecem com destaque na iconografia de Çatalhüyük não muito longe dali. Acredita-se que nas culturas neolíticas do sudeste da Anatólia os mortos eram deliberadamente expostos para serem devorados por abutres e depois enterrados. A cabeça do cadáver era às vezes removida e preservada, possivelmente como um sinal de culto aos ancestrais.

Poucas formas humanoides foram desenterradas em Göbekli Tepe mas estas incluem relevos de uma Venus accueillante, o termo de Schmidt para uma mulher em uma pose sexualmente provocativa, e pelo menos um cadáver decapitado cercado de abutres. Alguns dos pilares em forma de "T" tem "braços" esculpidos, o que pode indicar que eles representam humanos estilizados. Outro pilar é decorado com mãos humanas no que poderia ser interpretado como um gesto de oração, com uma estola ou sobrepeliz gravada acima, o que pode representar um sacerdote.

Diante das mais intrigantes e incontestáveis evidências encontradas nos dias mais atuais, e o segmento dos seus estudos e compreensão, cientistas menos ortodoxos, principalmente arqueólogos e geólogos além de pesquisadores, estão plenamente convencidos que em tempos muito remotos, grandes e evoluídas civilizações existiram e ocuparam a face da Terra. O que de forma direta e resoluta, questiona e nos trás à tona, diversas questões objetivas e claras:

Se há 10.000a.C estávamos coletando alimentos na natureza, além de caçar e se ajudar em aspectos cotidianos simples, com o intuito de apenas sobreviver e perpetuar a espécie, como os cientistas ortodoxos dizem que aconteceu. Como pode ser concebível que cidades e monumentos complexos e com uma intrincada variedade de conhecimentos necessários para as suas construções, possam ter sido construídos na mesma época?
Se essas escavações arqueológicas, ainda em estágio inicial, já estão sendo capazes de nos mostrar que nossa linha do tempo da humanidade, está completamente equivocada, o que mais poderá nos mostrar quando concluídas?

O fato é que com a descoberta de novas tecnologias e com o avanço das ciências, de forma geral, estamos começando e compreender o nosso passado, um rápido vislumbre do que pode e deve ter sido a nossa humanidade mais ancestral. Agora já sabemos que as civilizações humanas, são muito mais antigas do que poderíamos imaginar. Novos sítios arqueológicos, levam cientistas a reformular essa linha e hoje já se fala que talvez as primeiras civilizações humanas, datem de 20.000a.C, podendo chegar a 40.000a.C.

É um verdadeiro buraco no tempo, uma lacuna considerável e desproporcional ao que se sabia e compreendia. Ainda estamos engatinhando para preencher e restabelecer uma nova linha do tempo, mas já sabemos que civilizações humanas, são muito mais antigas do que imaginávamos. Um detalhe muito pertinente e até então pouco relacionado, como uma possível causa para o desaparecimento de muitas civilizações antigas, é o final da última era do gelo ou era glacial.

O termo era do gelo (também idade do gelo, período glacial ou era glacial) é utilizado para designar um período geológico de longa duração de diminuição da temperatura na superfície e atmosfera terrestres, resultando na expansão dos mantos de gelo continentais e polares bem como dos glaciares alpinos. Ao longo de uma era do gelo prolongada ocorrem períodos com clima extra frio designadas glaciações. Em termos glaciológicos, o termo era do gelo implica a presença de extensos mantos de gelo tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, e segundo esta definição encontramo-nos ainda numa era do gelo, mas no final cíclico desse período (pois tanto o manto de gelo da Groenlândia como o manto de gelo antártico ainda existem).

Coloquialmente, quando se fala dos últimos milhões de anos, "a" era do gelo refere-se ao mais recente período mais frio com extensos mantos de gelo sobre a América do Norte e Eurásia: neste sentido, a era do gelo mais recente atingiu o seu ponto alto durante o último máximo glacial há cerca de 25.000 anos.

Existem três tipos principais de evidências de eras glaciais: geológicas, químicas e paleontológicas.

• Geológicas: as evidências geológicas ocorrem sob formas variadas, incluindo abrasão, arranque e pulverização de rochas, morenas de glaciares, drumlins, vales glaciares, e a deposição de sedimentos glaciares e blocos erráticos. Glaciações sucessivas tendem a distorcer e apagar evidências geológicas, tornando-as difíceis de interpretar.

• Químicas: este tipo de evidências consiste sobretudo de variações nas proporções de isótopos em fósseis presentes em sedimentos e rochas sedimentares, testemunhos de sedimentos marinhos, e para os períodos glaciais mais recentes, testemunhos de gelo. Uma vez que água contendo isótopos mais pesados tem um maior calor de evaporação, a sua proporção diminui em condições mais frias. Tal fato permite a construção de um registro de temperaturas. Porém, esta evidência pode ser afetada por outros fatores registrados pelas proporções isotópicas; por exemplo, uma extinção em massa aumenta a proporção de isótopos mais leves nos sedimentos e no gelo porque os processos biológicos usam preferencialmente isótopos mais leves, portanto uma redução da biomassa terrestre ou oceânica resulta num deslocamento repentino e biologicamente induzido do equilíbrio isotópico no sentido de existirem maiores proporções de isótopos mais leves disponíveis para deposição.

• Paleontológicas: estas evidências consistem em alterações na distribuição geográfica dos fósseis. Durante um período glacial os organismos adaptados às temperaturas mais baixas espalham-se por latitudes mais altas e organismos que preferem condições mais quentes tornam-se extintos ou são empurrados para latitudes mais baixas. Esta evidência é também difícil de interpretar porque requer (1) sequências de sedimentos cobrindo um longo período de tempo, em várias latitudes e que sejam facilmente correlacionáveis; (2) organismos antigos que sobrevivem durante vários milhões de anos sem alterações e cujas preferências térmicas sejam facilmente diagnosticadas; e (3) a descoberta de fósseis relevantes, o que requer muita sorte.

Apesar das dificuldades, as análises de testemunhos de gelo e de sedimentos oceânicos, mostrou a existência de períodos glaciais e interglaciais ao longo dos últimos milhões de anos. Estas análises confirmam ainda a ligação entre eras do gelo e fenômenos da crusta continental como morenas, drumlins e blocos erráticos. Assim, os fenômenos da crusta continental são aceites como boa evidência de eras do gelo anteriores quando são encontrados em camadas criadas muito antes do período de tempo do qual estão disponíveis testemunhos de gelo e de sedimentos oceânicos.
Sabemos que uma grande porção populacional do planeta, vive e depende diretamente dos oceanos. Nos tempos atuais, os oceanos são importantes não apenas por conta de todos os seus pescados, que alimentam e movimentam a economia do turismo pelo mundo, mas como importante e estratégico local onde são construídos portos e bases para monitoramento e defesa das costas, onde esses oceanos se encontram com os continentes. Nos tempos antigos, não era muito diferente, agora começamos a fazer um link entre as recentes descobertas de civilizações antigas e litorâneas, e o seu total desaparecimento ou ocultamento em nossos litorais. Nos últimos dez anos, mais de 17 locais foram descobertos, como sendo possíveis e potenciais sítios arqueológicos, alguns na costa da índia, citados inclusive no Mahabharata e no Ramáiana, o Mahabharata é visto por alguns autores como o texto sagrado de maior importância no hinduísmo, e pode ser considerado um verdadeiro manual de psicologia evolutiva de um ser humano. A obra discute o tri-varga ou as três metas da vida humana: kama ou desfrute sensorial, artha ou desenvolvimento econômico e dharma, a religiosidade mundana que se resume a códigos de conduta moral e rituais.

Uma parte da nossa história, embora ainda obscura, parece começar a emergir dos oceanos, bem à nossa frente! E uma explicação plausível e concreta, aponta como sendo a mais possível causadora do desaparecimento dessas antigas civilizações e com elas, grande parte da nossa história social evolutiva.
Se passarmos a considerar que há mais de 25.000a.C, já éramos capazes de construir cidades e monumentos megalíticos com uma complexidade e precisão que causam espanto até hoje, podemos traçar um paralelo natural importante, a última era do gelo em nosso planeta. As datas coincidem, então se imaginarmos que muitas cidades litorâneas foram construídas sobre o gelo, ou mesmo sobre as rochosas costas da época, basta concluirmos que o degelo dessa severa fase do planeta, teria aumentado em quase 2/3 o nível dos oceanos, o que diretamente teria levado a um processo gradativo e constante de alagamento e destruição dessas cidades antigas litorâneas.

Então será que grande parte da nossa história ainda pode estar submersa, esperando para ser encontrada e compreendida? As ciências modernas com o apoio das tecnologias atuais e disponíveis, vem encontrando cada vez mais indícios de que grandes cidades e civilizações inteiras foram engolidas pelos oceanos, sítios arqueológicos inteiros estão sendo encontrados até 2.000 km das costas pelo globo, principalmente no oriente, na região da América Central, África e Eurásia. Estima-se que com o degelo da última era glacial, há aproximadamente 25.000 anos a.C, uma porção de terra praticamente igual ao total compreendido pela atual Europa, tenha sido submersa e desaparecido sob os oceanos. Se considerarmos que a população global nessa época era menor que a de hoje, e se pensarmos que eles deveriam extrair grande parte de seu sustento e comércio dos oceanos e que por isso devem ter construído grandes cidades, fortificações e antigos portos em toda essa área, que era o espaço litorâneo dessa época, com o aumento dos níveis oceânicos, grande parte da nossa identidade cultural e histórica pode ter se perdido sob a água.

Migrações constantes e com números cada vez maiores de indivíduos, foram deixando para trás grandes cidades, portos e templos, além de monumentos que hoje começam a ser descobertos e com eles uma lacuna importante a ser preenchida sobre os nossos processos evolutivos biológicos, sociais e humanos. Em um processo gradativo, esses espaços foram se tornando cada vez mais impossíveis de serem habitados, foram sendo inundados e castigados pelas marés cada vez mais altas e intensas, aos poucos as pessoas foram buscando o interior dos continentes, procurando novos locais para se restabelecerem. Muitas culturas e civilizações devem ter se perdido socialmente, ainda durante esse mesmo processo de migração. A falta de liderança e infraestrutura para todas as pessoas, fez com que pequenos grupos fossem formados, muitos devem ter sucumbido a essas mudanças, outros formaram novas aldeias que podem ter dado origem a cidades posteriores, com uma nova mistura de culturas e experiências.

Mas ainda com toda a nossa tecnologia presente, não podemos precisar o que aconteceu de fato, são evidências que muito aos poucos vão montando um intrincado quebra-cabeças...mesmo com todos os esforços recorrentes, ainda estamos muito longe da grande descoberta, começamos a engatinhar em direção a nossa origem, às respostas mais importantes que ainda precisam ser respondidas e compreendidas.




Qual é a origem da vida? De onde nós viemos? Para onde nós vamos quando morremos? Existe mesmo um criador ou criadores? Há um propósito "maior" para a nossa existência?

Um comentário:

  1. Na minha forma de ver estamos no 6o dia da criação bíblica. Estamos numa encruzilhada do tempo e qndo chegar ao 7o dia tudo chegará ao normal e a paz e descanso chegarão. Nada terá fim. ..só o tempo tem fim...Qnto ao começo tudo se saberá ao chegar o 7o dia...bora esperar!

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