segunda-feira, 10 de abril de 2017

Uma janela para o passado

 Rodrigo Stenio

No Cosmo de quatro dimensões, as estrelas reluzem no passado
Análise breve da mudança e da luminosidade dos astros no universo.

Quem vê a luz dos grandes astros situados nas galáxias vizinhas não imagina que eles podem já estar mortos.

Todos nós conhecemos a regra número um do tráfego do universo – nada pode viajar mais rápido que a velocidade da luz. E ela é de 299,792.458 metros por segundo. Mas por que é assim?

Antes de 1600 a maioria das pessoas presumia que luz se movia instantaneamente. Galileu foi um dos primeiros a pensar que a luz viajava a uma velocidade finita.

Em 1638 ele tentou medi-la. Ele e um assistente subiram no topo de montanhas distantes, com lanternas cobertas. A ideia era que assim que o assistente de Galileu visse o flash, ele descobriria sua lanterna. Galileu mediria então quanto tempo levou para ver o flash de retorno. O experimento fracassou miseravelmente! Para ter sucesso, Galileu seria obrigado a registrar uma diferença de tempo de microssegundos. Ele não tinha tal dispositivo de medição de tempo e seu tempo de reação seria muito mais lento do que ele.

Destemido, Galileu concluiu que o movimento da luz, “se não for instantâneo, é extraordinariamente rápido”.

Mas não muito tempo depois, em 1676, tivemos uma estimativa razoável da velocidade de luz vinda de um jovem astrônomo dinamarquês chamado Ole Römer. Uma das maneiras dos marinheiros no mar verificarem seus relógios era observando o eclipse de Júpiter por sua lua Io. O tempo que Io levava para fazer um circuito completo em torno de Júpiter havia sido medido em 1,769 dias. No entanto, havia um pequeno problema.

Römer observou que o tempo entre os eclipses variavam um pouco dependendo da época do ano. Às vezes, quando a Terra estava se afastando de Júpiter, o tempo entre os eclipses de Io aumentava gradualmente; à medida que se aproximava o tempo diminuía. O efeito cumulativo significava que os tempos previstos poderia conter um erro de mais de 10 minutos.

Römer percebeu que suas observações poderiam ser explicadas pela distância variável entre Júpiter e Io, e a Terra. Os tempos diferentes para a órbita de Io refletia as diferentes distâncias que a luz tinha que viajar. Isso também permitiu que Römer estimasse a velocidade da luz como 214,000 km/s. Nada mal!


A primeira medição experimental da velocidade da luz veio 150 anos depois com Hippolye Fizeau. Ele criou um engenhoso avanço sobre o método de Galileu. Em seu experimento, um feixe de luz foi projetado em uma roda dentada de rotação rápida. Os dentes da engrenagem girando cortavam a luz para cima em pulsos muito curtos. Esses pulsos viajaram cerca de 8 quilômetros até onde Fizeau tinha um espelho alinhado posicionado cuidadosamente. Na viagem de volta, o pulso de luz refletido só poderia chegar até Fizeau pela passagem de volta através de uma das lacunas na roda dentada.

Ok. Nós sabemos que a luz viaja numa velocidade finita. Mas por que ela é finita?

Essa questão deu a Albert Einstein um tempo para pensar. Se a luz tem uma velocidade finita, o que acontece se você prender uma tocha na frente de um foguete? A luz vinda dessa tocha estaria viajando mais rápido que a velocidade da luz? Einstein intrigado com essa questão fez vários “Gedakens” (experimentos mentais) e trouxe uma ideia maluca: o movimento de um objeto deve de alguma forma deixar o tempo mais lento. O tempo já não era mais uma constante e assim nasceu a relatividade.

Muitas experiências testaram cuidadosamente as previsões de Einstein.

Em 1964, Bill Bertozzi no MIT acelerou elétrons a uma série de velocidades. Ele então mediu sua energia cinética e descobriu que a medida que suas velocidades aproximavam-se a velocidade da luz, os elétrons se tornavam mais e mais pesados – até o ponto que se tornavam tão pesados que era impossível fazê-los ir mais rápido. A velocidade máxima que ele poderia fazer os elétrons viajar antes de se tornarem demasiado pesado para acelerar ainda mais? A velocidade da luz.

Em outro teste crucial, os físicos Joseph Hafele e Richard E. Keating colocaram relógios atômicos de césio super-precisos sincronizados em várias viagens ao redor do mundo em voos comerciais. Após a jornada, todos os relógios em movimento discordaram entre si e com o relógio de referência no laboratório. O tempo correu mais lentamente assim como Einstein previu. Quanto mais rápido algo viaja, mais massivo ele se torna e o tempo passa mais devagar – até você finalmente chegar na velocidade da luz, nesse ponto o tempo para completamente. Então nada pode viajar mais rápido que a velocidade da luz.
Aliás, da próxima vez que você usar seu smartphone esteja ciente que os satélites GPS orbitando a Terra levam em conta a desaceleração do tempo (dilatação do tempo). Desative essas correções relativística e o mundo moderno pode estar perdido para sempre.

Roger Rassool é um físico de partículas da Universidade de Melbourne. Seus programas de divulgação tem atraído uma nova geração para as maravilhas da física.

Há muito tempo, a humanidade sonha com velocidades indescritíveis e além de nossa própria imaginação, segundo o que já lemos acima, salvas algumas poucas exceções que veremos mais à seguir, nada pode “andar” no Universo com velocidade maior que a da luz: 300.000 quilômetros por segundo. Assim, todas as informações que nos chegam são de coisas que já aconteceram há bastante tempo.
Esse efeito da teoria da Relatividade de Einstein é bem pequeno na escala humana; em geral, não e preciso levá-lo em conta. Por exemplo, numa corrida de formula 1 realizada no Japão, retransmitida pela tevê, nós só ficamos sabendo o resultado 7 centésimos de segundos depois das pessoas que vêem a corrida ao vivo. Mas na escala astronômica o efeito tem impacto profundo. Se o Sol se apagar, só ficaremos sabendo disso 8,3 minutos mais tarde. 

Estaremos vendo Alfa Centauri como ela era a quando o Muro de Berlim ainda estava de pé. Quem olha para o Cruzeiro do Sul, vê a Intrometida como ela era nos tempos do imperador Dom Pedro I; vê Delta Crucis como era quando o sábio italiano Galileu morreu, em 1645; e Mimosa como era quando Cabral chegou ao Brasil. Em suma, estamos vendo o Cruzeiro não só no espaço mas também no tempo. E não é pouca coisa: suas cinco estrelas mais brilhantes formam um sanduíche de quase quatro séculos. Elas já não estão na posição que aparentam, nem sua luminosidade é a mesma. Mesmo assim, as mudanças físicas dos astros acontecem em escala de tempo muito superior a quatro séculos: nesse período, a imagem do Cruzeiro permanecerá praticamente a mesma. De fato, já enxergamos milhões de vezes mais “longe” que quatro séculos, cobrindo períodos tão longos que as estrelas têm tempo de percorrer várias fases de sua vida. 

Uma estrela de massa equivalente a 30 vezes a do Sol, por exemplo, vive cerca de 2 milhões de anos. Assim, todas as estrelas com mais de 30 massas solares que vemos na vizinha galáxia Andrômeda, distante 2 milhões de anos-luz, já estão mortas. Quanto mais distante a galáxia observada, tanto mais estrelas já morreram. Em outras palavras, quando mais longe olhamos, mais estamos vendo a galáxia como elas eram no passado, ou seja, mais jovens. Se quisermos saber como era o Universo em sua infância, é só olhar bem longe, em qualquer direção. A cerca de 1 bilhão de anos-luz, vemos galáxias que, além das estrelas, tem uma outra fonte de luz muito poderosa no centro. São as galáxias com núcleos ativos, como as galáxias de Seyfert e as radiogaláxias. Da fonte central sai um jorro de luz e de matéria a altíssima velocidade, percorrendo milhões de anos-luz através do espaço intergaláctico. Esse tipo de fonte de energia gera mais Luz que todas as estrelas de uma galáxia juntas.

Quanto mais longe olhamos (mais no início do Universo), tanto mais luminosas são as fontes centrais de energia. Para lá de 10 ou 15 bilhões de anos- luz, o Universo é predominante iluminado por fontes de luz desse tipo, que ofuscam por completo as estrelas à sua volta. 

São os quasares, galáxias bebê. Alguns, como o OQ172, têm apenas um quarto de idade do Universo. Percorrendo o espaço a partir dos quasares, em nossa direção, podemos acompanhar todos os estágios de evolução das galáxias. A poderosa fonte central de energia se enfraquece; parecem as estrelas. Mas alguns bilhões de anos a fonte central se apaga quase completamente; as galáxias ficam mais velhas como a nossa. 

As luzes do Universo em nossa vizinhança já se tornaram bem fracas. Mas, em sua própria vizinhança, os quasares também estão, hoje, bilhões de anos mais velhos. Um hipotético habitante do OQ 172, por exemplo, vive agora numa galáxia normal. Se ele olhar para o fundo do céu, verá a Via Láctea em sua infância e dirá: “Olha lá um quasar!”.

Por isso dizemos que observar o cosmos e todos os seus astros e fenômenos, é como olhar para o passado!

Mais rápido que a luz

O táquion, partícula hipotética, alimenta o sonho de inúmeros cientistas de superar o limite universal de velocidade, sem violar a Teoria da Relatividade. O centro das dificuldades é uma dedução de que um objeto capaz de superar a velocidade da luz também pode viajar para o passado.

No século XIX, algumas pessoas acreditavam que nunca seria possível viajar mais rápido que o som, acima de 331 metros por segundo, ou 1192 quilômetros por hora. Até que em 1947 o piloto americano Charles Yeager quebrou essa barreira a bordo do avião foguete Bell XS-1. Essa história é às vezes usada para se argumentar que não existem limites à velocidade: com tecnologia adequada qualquer tipo de barreira cairia. A velocidade da luz, no entanto, constitui um limite físico inexpugnável. 

Deslocando-se no vácuo a 299 000 quilômetros por segundo, a luz não é apenas muitíssimo mais rápida que o som. Na verdade, ela não pode ser superada, por princípio, não importa o quanto se aperfeiçoem as tecnologias.

Em vista disso, o que significa dizer que algo é mais veloz que a luz? A resposta é um mundo de paradoxos, no qual o próprio sentido do tempo pode se inverter – a ponto de uma pessoa poder conversar consigo mesma no passado. Para isso, ela teria que enviar suas mensagens por meio de certas partículas hipotéticas, os táquions (termo grego que quer dizer “rápido”). É o que relata o professor e divulgador cientifico inglês Paul Davies, no texto a seguir:

“A ideia de que existe uma barreira ao deslocamento dos coros nasceu com a Teoria da Relatividade de Einsten, publicada em 1905. Seu princípio central pode ser compreendido a partir de uma experiência real que analisa pulsos de rádio (tanto o rádio quanto a luz são formas de ondas eletromagnéticas e se deslocam com a mesma velocidade). Tais pulsos são emitidos, por exemplo, por um objeto situado na constelação Monoceros, a cerca de 16 000 anos-luz da Terra. Trata-se de um pulsar binário, formado por duas estrelas altamente compactas, ou estrelas de nêutrons, que giram uma em torno da outra. A gravidade que liga as duas estrelas é tão forte que elas percorrem suas órbitas a 200 quilômetros por segundo, ou 0,1% da velocidade da luz.

A cada 59 milésimos de segundo uma das estrelas emite um sinal de extraordinária regularidade – como o tique-taque de um relógio superacurado – que pode ser monitorado a partir da Terra. Ao girar em torno de seu companheiro, um pulsar as vezes se aproxima um pouco da terra e às vezes se afasta. Assim, pode-se ficar tentado a pensar que a velocidade dos pulsos é maior durante a aproximação do que durante o afastamento. Mas, se fosse assim, os pulsos mais rápidos alcançariam os mais lentos, ao longo dos 16 000 anos-luz de viagem até a terra. Bastaria uma minúscula diferença de velocidade para misturar os sinais de maneira complicada.

Como nada disso acontece, essas observações continuam a trazer a confirmação direta do princípio relativístico de que a velocidade da luz é independente do movimento do observador ou da fonte de luz. E tem uma consequência imediata sobre a possibilidade de uma viagem mais rápida que a luz: obviamente, se a rapidez com que a luz passa não é afetada pelo movimento de uma pessoa, esta nunca poderá alcançar aquela. É interessante imaginar o que aconteceria se um foguete partisse da terra em perseguição a um raio luminoso. Quando se liga o motor, a nave acelera e sua velocidade começa a aumentar. À primeira vista, nada impede que o motor continue a acelerar o foguete até a velocidade se tornar maior que a da luz.

Como enviar mensagens ao passado

Mas há um impedimento. Um observador na terra veria a nave acelerar, inicialmente, mas depois de certo tempo perceberia que a aceleração não corresponderia ao esforço do motor. À medida que se aproximasse da velocidade da luz, seria preciso gastar mais e mais combustível para conseguir um aumento cada vez menor de velocidade. O observador observa esse fato como um contínuo aumento da massa da nave, que cresce sem limite ao se aproximar da velocidade máxima do universo. A massa extra torna o foguete mais resistente à aceleração, e nenhum acréscimo no impulso o faria atingir aquela velocidade.

Não há aparelho em condições de realizar tal teste, mas é possível acelerar partículas subatômicas a uma velocidade quase igual à da luz. E isso realmente mostra que não se pode acelerar um objetivo material além da barreira da luz. Mas, a Teoria da Relatividade não faz restrição a objetos que sejam sempre mais velozes que a luz. Daí a ideia dos táquions – partículas cuja velocidade nunca é inferior à da luz. Portanto, eles também obedecem ao limite de movimento, mas no sentido inverso ao usual.

Se os táquions existem, dever ter propriedades estranhas. As partículas comuns, por exemplo, têm mis energia quando se deslocam mais velozmente; os táquions, em vez disso, têm menos energia. De modo que, se um deles perder energia, será acelerado e se tiver energia zero, sua velocidade será infinita. Ele cruzará o Universo instantaneamente! Isso porque o conceito comum de massa não se aplica a essas partículas, que têm o que se chama de massa imaginária, no jargão técnico. Enquanto é preciso gastar energia, ou realizar trabalho, para acelerar massas comuns, deve-se realizar trabalho para desacelerar um objeto taquiônico.

O simples fato de a natureza permitir a existência dos táquions, no entanto, não significa que eles efetivamente existam. Resta saber se eles são reais ou mera hipótese. E, caso sejam reais, onde se deveria procurá-los? Uma possibilidade é o Big Bang, a grande explosão que deu origem ao Universo. Foi no Big Bang afinal, que se produziu toda a matéria comum. Talvez a tórrida fase primordial do Cosmo tenha deixado resíduos taquitônicos que se espalharam posteriormente pelo espaço. Os astrônomos estão convencidos de que o espaço contém muita matéria sob forma desconhecida; é intrigante a sugestão de que parte dela esteja em forma taquitônica.

Para testar essa possibilidade, é preciso saber como os táquions se comportam em um Universo em expansão. Um gás comum, por exemplo, torna-se mais frio quando se expande e isso significa que uma molécula qualquer do gás está em agitação caótica, mas aos poucos se aquieta. Na verdade, a expansão reduz sua energia: não é por outro motivo que o intenso calor do Big Bang se diluiu. Um gás de táquions também perde energia, mas deve-se ter em mente que isso acelera, em vez e aquietar tais partículas. Assim, tal gás se aquece a uma taxa crescente ao longo da expansão. Quando se chega à energia zero, a velocidade se tona infinita e as partículas deixam de existir abruptamente.

Esse súbito desaparecimento pode se melhor ilustrado em um diagrama de espaço-tempo, no qual uma partícula, ou uma pessoa, aparece como uma linha mais ou menos inclinada na direção vertical. Se a pessoa está parada, a linha é totalmente vertical, indicando que apenas o tempo passa – se a pessoa está em movimento, à linha se desloca também na horizontal, indicando mudanças e posição no eixo do espaço. Seguindo esse raciocínio, vê-se que, quanto maior a velocidade, maior é o avanço para a direita e maior a inclinação da linha. O limite é a velocidade da luz (ou das partículas de luz, os fótons). Inclinada de 45 graus, essa linha corre a igual distância dos dois eixos.

Partículas mais rápidas que a luz, como os táquions, tem angulo mais acentuado que 45 graus e tendem a ficar horizontais quando a velocidade se aproxima do infinito. É como se estivesse simultaneamente em muitos lugares e o tempo não passasse para elas. Diz-se então que tais partículas deixam de existir no espaço-tempo e esse é o efeito que a expansão do Universo tem sobre elas: encurva suas linhas até a horizontal, quando deixam de existir. Caso tenha sido este o destino de todos os táquions produzidos pelo Big Bang, a maior esperança de encontrá-los é numa experiência de física de partículas. Em 1974 um grupo de pesquisadores da Universidade de Adelaide, Austrália, registrou o trajeto de uma partícula em tempo tão curto que só poderia ter sido feito em velocidade superior à da luz. A partícula foi vista em raios cósmicos – criados na alta atmosfera pelo choque de núcleos atômicos vindos do espaço. Apesar disso, todas as tentativas posteriores deram resultado negativo. Daí o atual ceticismo dos físicos, agravado por obstáculos de ordem teórica e também filosófica.

O centro das dificuldades é uma dedução da Teoria da Relatividade de que um objeto capaz de superar a velocidade da Luz também pode viajar para o passado. O diagrama de espaço-tempo ajuda a entender por quê. Desta vez, no entanto, é preciso desenhá-lo do ponto de vista do observador que está em movimento, que se pode batizar de João. Vale à pena comparar esse diagrama com os anteriores, desenhados do ponto de vista do observador imóvel, batizado José. O primeiro ponto relevante é que a linha da luz não se altera em obediência ao preceito relativístico de que sua velocidade não muda se o observador está em movimento.

As outras linhas ficam mais inclinadas para a direita, mas o segundo ponto importante é que, ainda assim elas continuam limitadas pela linha da luz. As linhas de movimento mais vagaroso que o da luz ainda estão mais próximas do eixo do tempo, e aquelas de movimento mais rápido, mais próximas do eixo do espaço. Assim, o movimento relativo dos observadores não poderia transformar uma partícula comum em táquion. Mas nota-se algo estranho com as linhas deste último: a que é vista por José inclina-se para cima e a outra, para baixo. O problema e que o tempo corre para cima no diagrama.

Tal possibilidade cai como uma bomba sobre a ideia de causa e efeito. Basta imaginar que essa última linha mostra o táquion entre um canhão de partículas e um alvo que explode ao ser atingido. Então, do ponto de vista de João, o alvo explode antes de o canhão ser disparado! Também se pode interpretar essa situação dizendo que a explosão do alvo é a causa do disparo – e não seu efeito. De uma maneira ou de outra, eventos que são aceitáveis para o observador imóvel, parecem bizarros aos olhos de que se move. Tais possibilidades inspiram paradoxos divertidos ou tormentos metafísicos, dependendo da inclinação pessoal de cada um.

Num enredo possível, os personagens trocam enganosos sinais taquiônicos entre si. Nesse caos, não há nada demais do ponto de vista de quem envia a primeira mensagem. José por exemplo, pensará que João recebe o sinal depois de ser enviado. Mas João pode não concordar: se ele retrucar à mensagem recebida, a resposta pode chegar ao destinatário antes de este enviar o sinal original. Ou seja, por intermédio, de João, José Poe até mandar um recado para si mesmo – mas no passado. Que atitude se deve tomar diante de tais incongruências? Os escritores de ficção científica ficam deliciados.

Para muitos dos físicos profissionais, porém, os paradoxos do tempo impugnam por completo o conceito de táquions. Uma maneira de evitar dilemas seria isolar tais partículas do mundo convencional. Desde que não se procure agir ou exercer controle sobre elas, não há por que pensar em paradoxos. Uma conclusão, pelo menos, parece certa? Embora conduza a possibilidades difíceis de compreender, a existência os táquions não viola as leis da natureza. Então, talvez se possa invocar a seu favor uma curiosa regra informal da ciência: se algo não é estritamente proibido, a natureza tende a produzi-lo, de uma forma ou de outra. Não deve causar surpresa se um dia alguém surgir com evidencias desse estranho viajante do espaço-tempo”.

A primeira e única pista dos táquions surgiu em 1794 numa “chuva” de raios cósmicos”.

Partícula "mais veloz que a luz" pode ser revolução na física

Estudiosos dizem que se a velocidade for confirmada, essa partícula pode provar que é possível viajar no tempo

Cientistas de ponta disseram que a descoberta de partículas sub-atômicas que viajam mais rápido que a velocidade da luz poderia obrigar uma ampla reavaliação das teorias sobre a composição do cosmos, caso seja independentemente confirmada.


Jeff Forshaw, professor de física de partículas na Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, disse à Reuters que os resultados, se confirmados, poderiam significar que é possível teoricamente "enviar informações para o passado". 

"Em outras palavras, a viagem para o passado poderia ser possível... (apesar de que) isso não significa que estaremos construindo máquinas do tempo em qualquer momento próximo."

O instituto de pesquisa CERN, localizado perto de Genebra, na Suíça, confirmou em uma coletiva de imprensa de mais de uma hora que medições feitas durante três anos revelaram que neutrinos injetados em um receptor em Gran Sasso, na Itália, haviam chegado em média 60 nanossegundos mais rápido do que a luz teria feito -- uma diferença minúscula que poderia, no entanto, minar a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, de 1905.

"Afirmações extraordinárias exigem provas extraordinárias, e essa é uma afirmação extraordinária", disse o eminente cosmologista e astrofísico Martin Rees à Reuters.

"É prematuro comentar sobre isso", disse o professor Stephen Hawking, o físico mais conhecido do mundo, à Reuters. "Mais experimentos e esclarecimentos são necessários."

A professora Jenny Thomas, que trabalha com neutrinos no Fermilab, rival do CERN localizado em Chicago, nos EUA, comentou: "O impacto dessa medição, se estiver correta, seria enorme."

O diretor de pesquisa do próprio CERN, Sergio Bertolucci, disse que se as descobertas forem confirmadas -- e ao menos dois laboratórios separados devem começar a trabalha nisso no futuro próximo -- "poderá mudar nossa visão da física".

O alto nível de cautela é normal nas ciências, onde qualquer coisa que poderia ser uma descoberta inovadora, especialmente aquelas que poderiam romper com pensamentos estabelecidos há muito tempo, é em princípio, sempre verificada e reconfirmada por outros pesquisadores.

Em comentário divulgado pela CERN, o laboratório mais avançado do mundo em pesquisa de partículas, Bertolucci enfatizou esse princípio.

"Quando uma experiência descobre um resultado aparentemente inacreditável e não consegue encontrar nenhum artefato de medição para explicar isso, é normal que se tenha maior escrutínio... é uma boa prática científica", afirmou.

As medições foram publicadas no site de pesquisas científicas http://arxiv.org/abs/1109.489 7.

A descoberta poderá abrir as portas para intrigantes possibilidades teóricas.

"A velocidade da luz é uma velocidade cósmica limite e existe para proteger a lei de causa e efeito", disse o professor Forshaw.

"Se algo viaja mais rápido do que a velocidade cósmica limite, então se torna possível enviar informações para o passado -- em outras palavras, a viagem para o passado poderia se tornar possível. No entanto, isso não significa que estaremos construindo máquinas do tempo em algum momento próximo -- existe um grande abismo entre a viagem no tempo de um neutrino e a viagem no tempo de um ser humano.

Partícula fantasma

A equipe do CERN, que está trabalhando em um experimento denominado OPERA, injetou neutrinos -- muitas vezes chamados de partículas fantasma porque conseguem atravessar matéria, e corpos humanos, sem serem percebidos -- do CERN, na Suíça, 730 quilômetros até Gran Sasso, ao sul de Roma. A experiência não tem qualquer relação com o Grande Colisor de Hádrons (na sigla em inglês, LHC) construído no CERN para tentar reproduzir o instante da criação do Universo

Ao longo de três anos, e de 15 mil "eventos" neutrinos, um enorme detector no centro italiano, localizado profundamente debaixo de rochas montanhosas, registrou o que o porta-voz do OPERA, Antonio Ereditato, descreveu como sendo descobertas "espantosas".

Ele disse que sua equipe tinha alta confiança de que haviam realizado as medições corretamente e excluiu qualquer possibilidade de influência externa, ou artefatos, que poderiam ter afetado o resultado.

"Meu sonho agora é que outros colegas descubram que estamos certos", acrescentou.

Segundo a Teoria da Relatividade Especial de Einstein, que fundamenta a atual visão sobre o funcionamento do universo, nada pode viajar mais rápido do que a luz -- 300 mil quilômetros por segundo -- porque sua massa se tornaria impossivelmente infinita.

A teoria de Einstein foi testada milhares de vezes nos últimos 106 anos e apenas recentemente houve pequenos indícios de que o comportamento de algumas partículas elementares de matéria podem não seguir a teoria.

Esses indícios foram detectados no ano passado pelo experimento MINOS, do Fermilab, com neutrinos -- mas, diferente daqueles do OPERA -- estavam dentro da margem de erro.

Thomas, do Fermilab, que deve participar dos experimentos MINOS para confirmar as medições feitas entre CERN e Gran Sasso, disse que se estiverem certos "causaria uma reviravolta em tudo o que pensávamos que entendíamos sobre a relatividade e a velocidade da luz."

Ereditato, um físico que também trabalha no Instituto Einstein na Universidade de Berna, disse que o impacto potencial para a ciência "é muito enorme para fazer conclusões imediatas ou tentar interpretações físicas".

Também sem alegar uma descoberta científica verdadeira antes que outros pesquisadores pudessem confirmá-la, ele disse que o neutrino, cuja existência foi confirmada em 1934, "ainda está nos surpreendendo com mistérios".

Blogueiros na área da ciência disseram que a partícula pode estar entrando e saindo de dimensões, como previsto pela controversa teoria das supercordas de como o cosmos funciona.

"Apenas quando a poeira baixar finalmente poderemos nos atrever a fazer qualquer conclusão firme", disse o professor Forshaw. "É de natureza da ciência que para cada descoberta nova e importante, haverá centenas de alarmes falsos. 

De qualquer maneira, os avanços estão surgindo e os estudos nunca param...hoje de forma lícita e registrada, existem mais de 6.800 cientistas em todo o mundo, pesquisando sobre os assuntos acima citados. Vai ser muito comum à partir de agora que visualizemos muitos sites e blogs, dizendo que já foi comprovado a existência de velocidades superiores à luz, isso como visto, não está de todo errado, mas daí a dizer que viagens no tempo já são plausíveis e que podemos criar tecnologias capazes de ultrapassar essa velocidade da luz, ainda é pura conjecturação! Vale lembrar que estamos falando apenas em partículas sub atômicas, dentro de equipamentos extremamente estruturados, em experimentos que duram pouco tempo, fora isso, ao menos para mim e toda a academia científica, qualquer resultado comentado, cujo experimento não seja apresentado, bem como todos os dados colhidos que o validem, também sejam apresentados, não passa de falácia e pseudo ciência!

Por enquanto apenas podemos dizer que abrimos uma janela ao passado, mas ainda não podemos acessá-la de forma direta, apenas podemos observar, medir, configurar, qualificar, quantificar, colher dados e criar conhecimentos que em nosso futuro, talvez até próximo, nos traga possibilidades incríveis...até lá, ou lidamos com fatos, ou lidamos com anseios...eu também gostaria que já estivéssemos muito mais avançados e capazes de realizações tecnológicas incríveis! Mas gostaria que o grau de interesse das pessoas, acerca da evolução tecnológica, fosse tão intenso quanto à busca pela evolução espiritual, ética e moral.

A terra não é redonda? E a lua, nosso satélite...É redonda?

Rodrigo Stenio


Nossa formação primária, e às vezes também a secundária, está cheia de erros e mitos. São várias as mentiras que, ingenuamente, povoaram nossa educação. Baseados em livros e inúmeras fontes que conhecemos durante nosso processo de aprendizagem, transformamos nossa percepção acerca do mundo que nos rodeia. Um dos relatos mais cheios de mentiras, curiosamente, tem a ver com um personagem muito famoso: o chamado descobridor da América, Cristóvão Colombo.



Segundo informam os livros de história, o navegador italiano procurava uma rota interna que lhe guiasse para as Índias. Devido a um erro de cálculo, no entanto, Colombo acabou chegando às costas de um novo continente, em 12 de outubro de 1492. Ao "Novo Mundo" chamaram de "As Índias Ocidentais". Já conhecemos as crenças populares daquela época que supunham que a Terra era completamente plana.

Essas crenças vinham de antigos mitos que, por sua vez, supunham que a Terra fosse como um disco redondo e plano, que flutuava sobre as águas do oceano. Na verdade, os primeiros mapas gregos foram baseados nestas teorias. Nos tempos de Colombo, muitas pessoas ignorantes ainda pensavam que, navegando em direção ao horizonte se alcançaria a borda do mundo, e se terminaria caindo em um precipício. No entanto, tanto estudiosos quanto governantes daquela época, sabiam que nada disso era verdade.


A forma esférica da Terra foi determinada por uma série de filósofos e intelectuais (tais como Pitágoras, Aristóteles, Claudio Ptolomeu, Copérnico e Galileu Galilei), muito antes de Colombo pôr os pés no solo do continente americano. Na verdade, diz-se que os primeiros a chegarem ali haviam sido os siberianos do Pleistoceno, seguidos pelos Vikings. Curiosamente, o mito da Terra plana foi novamente popularizado por volta dos séculos XIX e XX, graças a um romance de Washington Irving entitulado "Vida e viagens de Cristóvão Colombo".

O desenvolvimento da tecnologia e as concepções cada vez melhores dos sábios dos nossos tempos, conseguimos nos alçar para fora da atmosfera e levar o ser humano para o espaço, para a Lua e até para outros planetas. Descobrimos galáxias, aprendemos cada vez mais sobre o cosmos, mas... nem com tanto cuidado e progresso conseguimos demonstrar, em 100%, o formato verdadeira do nosso lar terrestre. Pelo menos, não até agora.

Na atualidade de há pouco, todos já sabíamos que nosso planeta não era um disco plano, nem tampouco se parecia com uma bola perfeitamente redonda, mas que teria uma forma bastante irregular (especialmente levando-se em conta o aspecto do Equador e dos polos). Há pouco tempo, no entanto, a Agência Espacial Europeia publicou uma imagem que parece demonstrar algo que vai além do já estávamos cientes. Acontece que, se olhamos bem, o nosso planeta poderia ser comparado a...uma batata!

Embora os próprios cientistas não se sintam muito confortáveis ao utilizar esta comparação, a Terra é realmente parecida com uma batata. Ultimamente, foram capazes de gerar uma visualização do formato real do nosso planeta, que também representa as inclinações de força e gravidade que o influenciam. A ilustração surgiu graças a pesquisas feitas por um satélite geocosmico da ESA, chamado GOCE. A animação que você está prestes a ver é uma representação fiel de tais evidências.



Portanto, podemos, agora, dizer em alto e bom tom que, embora ao proclamar que o nosso planeta seja plano como uma mesa seja uma falácia, também o é acreditarmos que ela seja uma esfera redonda como qualquer bola azul. Como as pesquisas do satélite levaram 4 anos para serem concluídas, não há dúvidas, no momento, que, finalmente, temos uma imagem completamente verídica da Terra, e, finalmente, está solucionada a questão sobre seu real formato. 

[Paraoscuriosos]
10 Incríveis fatos sobre a lua

Uma nova sonda lunar, a Lunar Reconnaissance Orbiter, será lançada para mapear a superfície lunar com uma precisão tão grande que será possível ver as marcas deixadas pelos veículos anteriores que enviamos para o satélite.

Recentemente uma sonda japonesa gerou imagens incríveis da lua antes de se chocar na sua superfície. Alguns momentos depois outra sonda também caiu no satélite natural.

Todos estes são esforços para aprendermos mais sobre o material do qual a lua é feita, se há ou não gelo em suas crateras e para onde os EUA deverão mandar os astronautas que serão enviados para lá em 2020.


10. O grande impacto

Cientistas acreditam que a lua foi formada como resultado de uma colisão. Um objeto do tamanho de Marte teria atingido a Terra há 4,6 bilhões de anos atrás, quando o sistema solar e o sol ainda estavam se formando. Rochas vaporizadas resultantes do choque começaram a orbitar a Terra, se condensaram e formaram um corpo sólido, que depois se tornou a lua.

9. A Terra faz a lua nascer

Todos os dias, a lua nasce no leste e se põe no oeste, assim como o sol e outras estrelas, e pelo mesmo motivo: enquanto a Terra está em rotação em seu eixo, ela puxa objetos celestiais, e depois os afasta novamente. A lua faz uma viagem em torno do planeta a cada 29,5 dias. No céu, este movimento é para o leste, mas isso não é observável. Porém, este é o motivo pelo qual a lua nasce aproximadamente 50 minutos mais tarde a cada dia, e também por que às vezes a lua aparece durante o dia.

8. Sem lado escuro

Diferente do que ouvimos por aí, a lua não tem um lado escuro, e sim um lado distante, que não podemos ver aqui da Terra. Os efeitos gravitacionais da terra diminuíram a rotação da lua, e uma vez que ela se tornou igual ao tempo que demora para a lua dar uma volta no planeta, o efeito estabilizou. O que resulta disso é que a lua gira em torno da Terra e em torno do próprio eixo ao mesmo tempo, e só nos mostra uma parte do satélite. Mas a luz do sol também atinge o lado da lua que não enxergamos.

7. A gravidade lá é muito menor

A lua tem aproximadamente 27% do tamanho da Terra, e a gravidade lá é quase 1/6 da gravidade do planeta. Se você derrubar uma pedra na lua, ela vai demorar muito mais para cair no chão.

6. Luas cheias maiores e menores

A órbita da lua ao redor da Terra é oval, então a distância entre o planeta e seu satélite variam durante cada volta da terra. Quando ela está mais próxima à Terra, fica a aproximadamente 360 mil quilômetros do centro do planeta, e quando está mais distante fica a pouco mais de 400 mil quilômetros. Quando está mais próxima, a lua pode ser vista 14% mais brilhante e 30% mais brilhante do que outras luas cheias.

Quando a lua está nascendo, ela parece ser maior, mas isso é uma ilusão, que ainda não sabemos por que ocorre. Se você quiser testar, segure um objeto pequeno, como uma borracha, com o braço esticado próximo à lua, e depois faça a mesma experiência quando a lua estiver mais alta e parecer menor. Próxima ao objeto pequeno, ela fica com o mesmo tamanho nos dois testes.

5. História violenta

As crateras na lua mostram uma parte de sua história violenta. O satélite quase não tem atmosfera e pouca atividade, então as crateras contam uma história de bilhões de anos atrás. Datando as crateras da lua, cientistas descobriram que a lua e a Terra sofreram um bombardeio de objetos cósmicos há quatro bilhões de anos. Esses impactos, segundo um estudo, podem não ter destruído qualquer forma de vida que existisse na Terra na época, e sim ajudado-a a se desenvolver.

4. Ela não é redonda

Ao contrário do que parece, a lua não é redonda nem esférica. Ela tem o formato parecido com um ovo. A ponta menor do “ovo” aponta para a Terra, por isso a lua nos parece redonda.

3. Cuidado! Terremotos lunares

Astronautas usaram sismógrafos durante suas visitas à lua e descobriram que, geologicamente, o lugar é tudo menos morto. Pequenos terremotos lunares acontecem frequentemente, provavelmente causados pela força gravitacional causada pela Terra, e às vezes causam rachaduras na superfície, liberando gases. Cientistas acreditam que a lua tem um centro quente, parecido com o da Terra.

2. Puxando os mares

As marés na Terra são causadas pela lua: a gravidade do satélite “puxa” os oceanos. Marés altas se alinham com a lua enquanto a Terra gira, e a maré também fica alta do outro lado do planeta, pois a gravidade puxa a Terra em direção à lua mais do que puxa a água. Toda essa gravidade tem efeito sobre o planeta: parte da energia rotacional da Terra é “roubada” pela lua, e o planeta diminui a rotação em aproximadamente 1,5 milisegundos por século.

1. Ciao, luna!

Ao mesmo tempo que você lê isso, a lua está se afastando de nós: a cada ano, ela se afasta aproximadamente quatro centímetros da Terra. Pesquisadores acreditam que quando foi formada, há 4,6 bilhões de anos, a lua ficava a 22 mil quilômetros da terra, enquanto agora fica a mais de 450 mil quilômetros.

[Live Science]

Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos atribuiu a forma da Lua, que não é uma esfera perfeita, a forças gravitacionais exercidas pela Terra durante a infância do satélite, há 4,4 mil milhões de anos.
O satélite natural da Terra não é totalmente esférico, mas ligeiramente achatado, sendo igualmente deformado por um ligeiro “inchaço” na face visível a partir do “planeta azul” e por uma outra protuberância na face escondida.

Segundo a equipa do investigador Ian Garrick-Bethell, da Universidade da Califórnia, as primeiras forças de maré exercidas pela Terra, quando esta estava mais próxima da Lua, aqueceram de maneira desigual, conforme os sítios, a crosta do satélite natural, quando este flutuava num oceano de rocha em fusão.

Posteriormente, quando a Lua arrefecia, as forças gravitacionais deformaram o seu exterior e coagularam as suas protuberâncias.

A força de maré sincronizou, também, a rotação da Lua e a sua evolução em torno da Terra, o que fez com que os humanos vejam sempre a mesma face do satélite natural.

Para chegar às suas conclusões, publicadas hoje na revista Nature, a equipa de Ian Garrick-Bethell analisou a topografia da Lua, abstraindo-se das suas vastas crateras, que terão aparecido numa fase posterior.

O astrofísico estima que a compreensão da forma da Lua poderá ajudar a apreender “um grande número de fenómenos geológicos que terão ocorrido depois da sua formação”, inclusive a sua assimetria. Só a face visível da Lua apresenta planícies vulcânicas.

O Sistema Solar formou-se há cerca de 4,5 mil milhões de anos e a Lua terá nascido de uma colisão em massa suportada pela Terra.

A Lua localiza-se a uma distância média da Terra de 384 mil quilómetros e afasta-se do “planeta azul” 3,8 centímetros por ano.

[Lusa]


Do que é feito o universo?

Rodrigo Stenio
Essa é uma das questões mais complexas de se responder!

Com o advento das novas conquistas científicas conceituais e tecnológicas, hoje podemos através de muitas vertentes e experimentos, mostrar que quando olhamos para as estruturas mais básicas que compõem a nossa matéria, descobrimos outro universo de possibilidades e de características, propriedades e interações. Quando pensamos e falamos em matéria, devemos hoje saber que, um pequena parte do nosso cosmos é composto por matéria, como a conhecemos...hoje temos uma compreensão que ainda obviamente não é plena e resoluta, que a grande parte do cosmos, é composta por subpartículas que estamos apenas começando a compreender. O que antes era visto apenas como um vácuo negro, um vazio incomensurável, na verdade contém “energia”, “possibilidade”, existe algo no que considerávamos ser o “nada”.

Algumas correntes científicas da astrofísica de hoje, sugerem que o universo seja composto por 26% de matéria escura, 70% de energia escura e 4% de matéria como a conhecemos mais habitualmente.
Após a descoberta do núcleo do átomo em 1911, foi comprovada a existência de partículas sub atômicas. Desde aquela época, foram estabelecidas leis fundamentais da matéria-energia, que governam suas inter-relações, predizendo o comportamento das subpartículas. Isso levou os cientistas a criarem conceitos e teorias, além de estudos e experimentos que buscavam compreender a estrutura básica do universo. Muitas foram as correntes e vertentes de estudos dentro da física e hoje da nano física, a astrofísica. Uma das correntes mais interessantes e talvez controversa desses estudos, são da mecânica quântica da física, ou a forma que essas subpartículas interagem, ao ponto de inclusive subverter a energia em algo como uma onda, algo não material, ou algo como uma partícula, ou material. A abordagem através da física quântica, ou física das possibilidades, apresenta uma gama infinita de variações e teorias, aliada à astrofísica, vem demonstrando avanços significativos rumo há uma melhor compreensão do que há em nosso universo.

Um exemplo muito atual dos avanços científicos nessa área:

Investigadores do CERN (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear) observaram pela primeira vez um fenómeno raro previsto pelo modelo mais consensual da física de partículas – o modelo-padrão. A seguir à observação do bosão de Higgs, registrou o decaimento do mesão BS em dois muões, é a descoberta mais importante do maior acelerador de partículas europeu (Large Hadron Collider, LHC).
Esta observação, além de se revelar muito importante na confirmação do modelo-padrão da física de partículas, foi também inédita do ponto de vista da cooperação entre duas equipas ligadas à colisão de partículas no LHC – o LHCb e o CMS -, conta Nuno Leonardo, um dos investigadores que participou nesta experiência.

Recuemos um pouco no tempo. Durante três anos, o acelerador de partículas fez correr dois feixes de protões (partículas que existem no núcleo dos átomos) em direções opostas ao longo da circunferência de 27 quilômetros. Os feixes foram forçados a colidir em quatro localizações específicas, nos locais onde se encontram milhares de detectores pertencentes às experiências ALICE, ATLAS, CMS and LHCb.

De cada vez que os protoões colidem podem formar novas partículas, que se podem manter por mais ou menos tempo ou decair e dar origem a partículas diferentes. Estas observações são registadas por cada uma das experiências: ATLAS e CMS mais dedicadas a estudar a generalidade dos fenômenos, ALICE para estudar iões pesados e LHCb com um foco específico em quarks b (bottom).

Quarks e antiquarks são a base de todos os tipos de mesões. Quando têm um antiquark b – a partícula oposta do quark b (com a mesma massa e carga contrária) – temos um mesão B, mas mesmo dentro destes a variedade é grande, varia com o tipo de quark. O mesão Bs tem um antiquark b e um quark s (strange) e o mesão B0 tem antiquark b e um quark d (down). E estes dois mesões são as estrelas do artigo que LHCb e CMS (Compact Muon Solenoid) já publicaram no meio acadêmico.

Cada experiência faz as próprias detecções, medições e análises de forma independente. E quando duas experiências chegam à mesma conclusão, a força dos resultados é ainda maior. Foi o que aconteceu com o bosão de Higgs. ATLAS e CMS tinham encontrado sinais da partícula, mas nenhum dos grupos conhecia os resultados do outro.

Quando cada grupo apresentou os resultados que tinha na mesma conferência de imprensa, em 2012, ficou confirmada a descoberta deste bosão. Era a única partícula fundamental do modelo-padrão que estava por descobrir. E a descoberta foi tão importante que valeu o prémio Nobel da Física em 2013 a dois dos físicos teóricos que a descreveram há 50 anos – Peter Higgs e François Englert. O terceiro físico a descrevê-la, Robert Brout, faleceu ainda antes da partícula ser detectada pelas equipas do CERN.
Os mesões Bs são partículas compostas que têm um comportamento fora do vulgar: “Oscilam entre partícula e antipartícula três biliões de vezes por segundo”, conta Nuno Leonardo, investigador do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), em Lisboa, que coordena o grupo de física do quark b em CMS.

VÍDEO ILUSTRATIVO: 


O decaimento dos mesões Bs em dois muões (um muão e um antimuão) foi detectado por LHCb e CMS de forma independente e os resultados apresentados em julho de 2013, mas as observações não permitiam ter certezas. “Embora os resultados estivessem em excelente acordo, ambos ficavam aquém do nível de precisão estatística de 5 sigma [grau de confiança estatística] que é historicamente requerido para reivindicar uma observação”, explica o comunicado de imprensa do CERN.

A combinação dos dados das duas experiências e um ajuste no tipo de análise realizado pelas equipas permitiu realizar observações com 6,2 sigma para o decaimento dos mesões Bs, conta Nuno Leonardo. A detecção deste processo vem, por agora, confirmar o que estava previsto pelo modelo-padrão: um fenômeno extremamente raro com uma probabilidade de acontecer quatro vezes em cada mil milhões de decaimentos. “Do bilião de partículas com quarks b produzidas nas colisões, detectamos 100 que decaem em 2 muões”, conta o investigador. Adicionalmente, exclui alguns dos modelos mais recentes da física de partículas (nova física), como a super simetria, conclui.

Este resultado constitui um excelente exemplo da precisão que pode ser alcançada quando experiências combinam as suas medições”, disse em comunicado de imprensa Rolf Heuer, diretor-geral do CERN.

Para excluir o modelo-padrão como um modelo possível para o decaimento do mesões B em muões e antimuões era preciso observá-los com uma maior frequência do que a que está prevista. Esse é um dos motivos porque na segunda temporada de colisões no LHC, que está prevista ter início em junho de 2015, se vai aumentar a energia de 8 teraelectronvolt (TeV) da primeira temporada para 13 TeV. Quanto maior a energia, maior o número de colisões, logo maior a probabilidade de se encontrarem partículas novas ou fenómenos imprevistos.


A nova etapa do LHC poderá ajudar a perceber melhor o decaimento dos mesões B0. Por agora, a observação do decaimento deste mesão em muão e antimuão foi suficientemente frequente para ser estatisticamente significativa (3 sigma). Já discrepância de 2 sigma em relação ao modelo-padrão, na interpretação dos resultados, deixa a dúvida no ar. A discrepância (que equivale a 5% de probabilidade de flutuação) não permite dizer que este decaimento é incompatível com o modelo-padrão, mas deixa uma porta aberta para investigar este fenómeno.

Os resultados agora publicados resultam da partilha de dados e do trabalho conjunto de duas equipas – LHCb e CMS – que trabalham normalmente de forma independente numa forma de “cooperação competitiva” em que o desejo de serem os primeiro a revelar novas descobertas estimula o trabalho de investigação. Mas neste caso, como explica Nuno Leonardo, foi preciso encontrar o consenso entre os mais de 4.500 colaboradores das duas experiências.

“Havia um bom espírito de colaboração e uma grande motivação”, diz o investigador, justificados pela necessidade de ambos os grupos chegarem ao melhor resultado possível. “Havia um bom ambiente dentro do grupo de trabalho, mas a necessidade de consenso entre todos os investigadores torna os processos de decisão e aprovação mais lentos.”

Esse é apenas um exemplo de pesquisa que vem sendo realizada hoje. Sua relevância, obviamente pelo nível de infra-estrutura e coordenação, além de investimento e proporção, é extremamente relevante, mas existem dezenas outros colisores de partículas menores espalhados pelo globo e muita pesquisa sendo realizada.

Fundamentalmente a questão: “Do que é feito o universo?”, não apenas é extremamente pertinente, como está na vanguarda dos estudos mais atuais da física, astronomia, astrofísica e de forma complementar, da cosmologia.

Nessa pequena resenha, vou me ater à discorrer sobre a energia escura, a matéria escura e suas diferenças, além de uma pequena abordagem mais explicativa do que vem a ser os estudos sobre o prisma da física quântica.

Matéria escura e energia escura: o que é?

A matéria escura e a energia escura são soluções propostas para explicar alguns fenômenos gravitacionais, e, até onde sabemos, são coisas distintas.

Embora juntas respondam por mais de 95% do nosso universo, só sabemos de sua existência por meios indiretos, observando seus efeitos sobre o universo e tentando deduzir suas propriedades a partir deles.

Matéria escura

A matéria escura foi proposta nos anos 1930 por Fritz Zwicky para explicar a diferença entre a massa gravitacional e a massa luminosa de aglomerados de galáxias (Fritz Zwicky estava trabalhando com curvas de rotação de galáxias).
A massa gravitacional de um objeto é determinada pela medida da velocidade e raio da órbita de seus satélites, um processo igual à medição da massa do sol usando a velocidade e distância radial dos planetas.

A massa luminosa é determinada pela soma de toda luz e convertendo este número em uma estimativa de massa, baseado na nossa compreensão sobre como as estrelas brilham. Esta comparação de massa-para-luz indica que a energia na matéria luminosa contribui com menos de 1% da densidade média de energia do universo.

. Matéria escura protege galáxias

Certamente existe mais matéria nas galáxias que não emite luz, mas as evidências indicam que há um limite máximo para a matéria normal (aquela feita de átomos) presente no universo. Evidências vindo da medição da radiação cósmica de fundo, por exemplo, apontam que no máximo 5% da densidade de massa-energia do universo e 20% da massa dos aglomerados está na forma de átomos.

Mas do que é feita a matéria escura? Muitos físicos e astrônomos acham que a matéria escura é provavelmente uma nova partícula que ainda não foi detectada em aceleradores de partículas ou em raios cósmicos.

Para ser uma partícula de matéria escura, ela tem que ter bastante massa, provavelmente mais que um nêutron, e interagir muito fracamente com a matéria normal, de forma a dificilmente reagir produzindo luz.

. Anel de matéria escura é encontrado em grupo de galáxias

O protótipo do candidato é algo parecido com um neutrino, só que todos os tipos de neutrinos conhecidos são muito leves e muito raros para explicar a matéria escura.

E como a matéria escura afeta o universo? Aparentemente, ela é responsável pelas estruturas que vemos no universo, como galáxias e aglomerados; é ela que “segura” estes objetos imensos, não deixando que se desfaçam.

Como curiosidade, a proposta de uma matéria escura na década de 1930 por Fritz Zwicky não foi levada a sério porque o suíço tinha entrado em atrito com muitos colegas na comunidade astronômica. Em 1962, a astrônoma Vera Rubin fez a mesma descoberta, que novamente não foi levada à sério, desta vez porque ela era uma mulher. Ela persistiu e conseguiu atenção da comunidade em 1978, com um estudo profundo de 11 galáxias, inclusive a nossa.

Energia escura

A energia escura tem sua origem nos trabalhos para entender a expansão acelerada do universo. Basicamente, a teoria atual não consegue explicar essa aceleração. Uma das especulações é que a aceleração é consequência de uma nova forma de matéria, apelidada “energia escura”, que também não foi detectada até agora.

É chamada de “escura” porque deve interagir muito fracamente com a matéria, como a matéria escura, e é chamada de energia porque uma das coisas de que estamos certos é que ela contribui com cerca de 70% da energia total do universo. Se descobrirmos o que é, podemos então trocar o nome para algo menos misterioso.

Com o estabelecimento do modelo cosmológico do Big Bang, acreditava-se que a expansão inicial de 13,7 bilhões de anos atrás estaria diminuindo com o tempo, mas duas equipes de pesquisadores independentes descobriram em 1998 que a expansão estava acelerando.

. É confirmada a existência da energia escura

A aceleração é determinada pela medida dos tamanhos relativos do universo em diferentes eras. De uma forma específica, os astrônomos medem o redshift ou desvio para o vermelho do espectro e a distância da luminosidade de explosões estelares chamadas supernovas tipo 1a.

O tempo que a luz da supernova leva para chegar aos telescópios é descoberto examinando a distância da luminosidade, enquanto a mudança do tamanho do universo entre a explosão e a observação é determinada pelo desvio para o vermelho. Uma comparação destes tamanhos em uma sequência de tempo revela que o universo está crescendo cada vez mais rápido. Desde esta descoberta, os equipamentos ficaram mais sensíveis e os dados foram confirmados pela medição de outros fenômenos cosmológicos.

A teoria da relatividade prevê que a aceleração cósmica é determinada pela densidade média de energia e pressão de todas as formas de matéria e energia no universo. Só que as quantidades da matéria normal, da energia normal, e da matéria escura não respondem pela densidade de energia necessária para a aceleração – tem que ser outra coisa.

. 9 projetos milionários que pretendem desvendar os mistérios da energia escura

Uma das hipóteses mais aceitas é que o universo é preenchido por um mar de energia quântica de ponto zero, que exerce uma pressão negativa, como uma tensão, fazendo com que o espaço-tempo sofra uma repulsão gravitacional. É a chamada constante cosmológica, introduzida por Einsten em outro contexto (e referida por ele como seu maior erro).

E como a energia escura afeta o universo atualmente? Ela é responsável pela aceleração cósmica, e equipes internacionais de astrônomos estão trabalhando para refinar a medida desta aceleração. Dela depende o julgamento da constante cosmológica de Einstein, uma possível compreensão da teoria fundamental da natureza (gravidade quântica e o estado quântico do universo), e o destino do universo (Big Chill ou Big Rip?).



 Os feijões representam a matéria e energia escura no universo e as jujubas a matéria que podemos enxergar.


 Diferenças entre as duas

As duas, matéria escura e energia escura, possuem diferenças enormes. A matéria escura atrai e a energia escura repele, ou seja, a matéria escura é usada para explicar uma atração gravitacional maior que o esperado, enquanto a energia escura é usada para explicar uma atração gravitacional negativa.

Além disso, os efeitos da matéria escura se manifestam em uma escala de 10 megaparsecs (um megaparsec corresponde a 3,2 milhões de anos luz, aproximadamente) ou menor, enquanto que a energia escura parece que só se torna relevante em escala de 1.000 megaparsecs ou mais.

. Matemáticos incluem matéria e energia escuras nas equações de Einstein

Finalmente, é importante questionar se os fenômenos da matéria escura e da energia escura podem ter uma explicação gravitacional. Talvez as leis da gravidade sejam diferentes do que desenhou a teoria de Einstein. Esta é uma possibilidade, só que até hoje a teoria da relatividade não falhou em nenhum teste. Além disto, novas imagens de aglomerados revelaram um comportamento que é inconsistente com teorias gravitacionais alternativas, como a MOND – ou seja, a matéria escura está ali.

Nossas melhores mentes estão trabalhando no problema e nossa melhor tecnologia está examinando o cosmos, e, por enquanto, não há outra explicação para os efeitos que observamos: a matéria escura e a energia escura são reais. A composição do universo atual, até onde sabemos, é de 4,2% matéria normal, 24% matéria escura e 71,6% energia escura.

[en.Wikipedia 1 2, Nasa Ask an Astronomer, How Stuff Works, Nasa Astrophysics, Dummies, National Radio Astronomy Observatory, Scientific American, Space.com, WMAP’s Universe]
Bom, agora que revisamos os conceitos sobre a matéria escura e a energia escura, bem como seus estudos atuais e diferenças entre si, vamos ver os conceitos básicos, cientistas e definições sobre a física quântica?

O que é Física Quântica?

Física quântica é um ramo teórico da ciência que estuda todos os fenômenos que acontecem com as partículas atômicas e subatômicas, ou seja, que são iguais ou menores que os átomos, como os elétrons, os prótons, as moléculas e os fótons, por exemplo.

Todas essas micropartículas não podem ser estudadas sob a ótica da física clássica, pois não são influenciadas pelas leis que a compõe, como a gravidade, a lei da inércia, ação e reação e etc.

Ao contrário da física clássica, a física quântica é classificada como “não intuitiva”, isso significa que, neste ramo de estudo, determinadas coisas são verdadeiras mesmo quando aparentam não ser. Aliás, por ser considerada não intuitiva, a física quântica ficou conhecida como uma “falsa teoria”.

Também conhecida por mecânica quântica, essa teoria revolucionária da física moderna surgiu durante os primeiros anos do século XX, sendo o físico Max Planck (1858 – 1947) um dos pioneiros a desenvolver os seus princípios básicos, e que contrariam grande parte das leis fundamentais da física clássica. Planck foi o responsável, por exemplo, pela criação da “constante de Planck” (E = h.v).

No entanto, foi Albert Einstein, o criador da Teoria da Relatividade, que batizou a equação de Planck de quantum (palavra latina que significa “quantidade”) pela primeira vez. Quântico é uma referência ao evento físico da quantização, que consiste na alteração instantânea dos elétrons que contém um nível mínimo de energia para um superior, caso sejam aquecidos. Mesmo que a teoria da física quântica esteja focada nos fenômenos microscópicos, estes são refletidos em todos os aspectos macroscópicos, uma vez que todas as coisas no universo são feitas a partir de moléculas, átomos e demais partículas subatômicas.

Ao longo do século XX, vários cientistas e físicos contribuíram para o desenvolvimento da teoria física quântica, como: Werner Heisenberg (1901 – 1976), Louis de Broglie (1892 – 1987), Niels Bohr (1885 – 1962), Erwin Schrödinger (1887 – 1961), Max Born (1882 – 1970), John von Neumann (1903 – 1957), Richard Feynman (1918 – 1988), Wolfgang Pauli (1900 – 1958), entre outros.

A partir de então, a física quântica se tornou a teoria base de vários outros ramos da física e da química, como a física atômica, física nuclear, física molecular, química quântica, física de partículas e etc. Aliás, os princípios da física quântica também são aplicados em vários setores do conhecimento humano, revolucionando não apenas as Ciências Exatas, mas também correntes filosóficas.

A principal ligação entre a física quântica e os conceitos filosóficos e espirituais, de acordo com os defensores desta relação, está na condição de casualidade e incerteza desta teoria, que diz ser possível a existência de duas situações diferentes e simultâneas para determinado corpo subatômico.

Esse princípio foi observado na física quântica a partir da chamada "dualidade onda-partícula", ou seja, quando uma partícula se comporta ora como partícula e ora como uma onda, afirmação está totalmente anormal perante a física clássica.

Partindo desta ideia, por exemplo, surgem diversas hipóteses teóricas de estudo, como a “teoria dos vários mundos”, que diz ser possível a existência de diversas realidades alternativas para cada indivíduo.


Física quântica e a espiritualidade

Essa relação é polêmica, pois consiste no debate entre dois núcleos distintos, sendo um formado pelos que defendem a veracidade da influência quântica no plano espiritual, e outro que nega totalmente o uso da mecânica quântica como modo de explicar a espiritualidade.

Para os que defendem a existência de uma relação entre a física quântica e o espiritual, a força do pensamento humano poderia exercer um grande poder sobre a realidade individual de cada pessoa, sendo ela, com as corretas indicações, capaz de alterar o mundo ao seu redor.

Física quântica e o pensamento

Vários físicos de renome internacional relacionam os princípios da física quântica com as teorias sobre a consciência humana e o poder do pensamento como “construtor” da realidade.

Em suma, a mente humana teria uma capacidade profunda de influenciar na disposição das micropartículas atômicas ao redor das pessoas, do modo como elas se comportam e como elas constroem a realidade de cada indivíduo. Para os estudiosos que acreditam nesta ideia, as intenções das pessoas influenciariam a construção da realidade.


domingo, 22 de janeiro de 2017

DNA original

 Rodrigo Stenio
(Resenha filosófica sobre a criação da vida e
a evolução da espécie humana!)


Não havia nada...era uma mistura de matérias, muitos elementos e sementes enviadas pelo cosmos; um sol ardente que emanava o primeiro segredo da vida, um sopro elementar que supre o desejo inato dessa matéria misturada, se tornar orgânica.

Nesse fluxo constante e infernal de elementos, outro segredo trazido por asteroides e protoplanetas maiores, cometas, e objetos transneptunianos, começava a formar nossa atmosfera, nossa maior e melhor defesa, além de item essencial para a vida.

 A luz trazida pelo sol, os raios que rompem nossa atmosfera todas as manhãs, que fornece o calor e a energia que necessitamos e a água trazida pelos fragmentos do espaço, que alimenta as células básicas e possibilita a criação dessa mesma atmosfera que recebe a luz do Sol, são os primeiros segredos revelados da vida. A partir desse momento, com a evolução progressiva dos elementos e suas combinações, a vida iria nascer em nosso planeta.


A desgaseificação e a atividade vulcânica produziram a atmosfera primordial da Terra. O vapor de água condensado, a que se juntou gelo e água líquida começaram a formar os primeiros oceanos. O Sol recém formado possuía apenas (70%) da sua luminosidade atual, porém as evidências mostram que os oceanos antigos se mantiveram líquidos, uma contradição a que se deu o nome de paradoxo do jovem Sol fraco. A combinação de gases estufa e níveis de atividade solar mais elevados, serviu para aumentar a temperatura na superfície da Terra, evitando que os oceanos congelassem. Há cerca de 3,5 bilhões de anos, estabeleceu-se o campo magnético terrestre, o qual ajudou a evitar que a atmosfera fosse levada pelos ventos solares.

O campo magnético terrestre assemelha-se a um dipolo magnético com seus polos próximos aos polos geográficos da Terra. Uma linha imaginária traçada entre os polos sul e norte magnéticos, apresenta uma inclinação de aproximadamente 11,3º relativa ao eixo de rotação da Terra.

Como o efeito do campo magnético terrestre se estende por várias dezenas de milhares de quilômetros, no espaço ele é chamado de magnetosfera da Terra. A localização dos polos não é estática, chegando a oscilar vários quilômetros por ano. Os dois polos oscilam independentemente um do outro e não estão em posição diretamente opostas no globo.

Nosso planeta agora recebia a luz do Sol, mantinha de forma líquida uma reserva considerável de água, apresentava elementos em formas sólidas, líquidas e gasosas, possuía uma atmosfera elementar em formação como uma espécie de capa de energia magnética. 

Com todos esses fatores, nosso planeta já oferecia componentes e uma "infraestrutura" que possibilitava o florescimento da vida. De organismos biológicos que eram muito simples, mas já eram capazes de se reproduzir e trocar substâncias com o seu meio.

Mas de que forma, esses elementos em vários estados, o calor ou o frio, a pressão atmosférica, a força da gravidade, a água e a energia fornecida pelo nosso Sol, foram capazes de se agrupar sob as formas e condições absolutamente perfeitas e precisas, ao ponto de gerar uma vida? Onde está o elo entre tudo o que é necessário para um organismo estar vivo, e o momento em que ele se torna vivo?

São muitas as teorias sobre a gênese, uma das mais difundidas, é a da geração espontânea. Onde a soma perfeita e precisa das condições necessárias e o nascimento da vida, são reações naturais submissíveis às leis conhecidas da química, física e biologia.

Mas seria mesmo possível que a vida seja capaz de se auto criar, sem absolutamente nenhuma interferência inteligente ou no mínimo mais complexa?

Uma coisa é praticamente certa, ou parcialmente compreendida como um fato, algumas reações químicas altamente energéticas produziram uma molécula auto replicadora há cerca de 4 bilhões de anos. Todo ser vivo reproduz, copiando seu material genético e passando-o para a prole. Assim, a habilidade de copiar as moléculas que codificam informações genéticas é um passo chave na origem da vida, sem isso, a vida não poderia existir.
Mas o passo seguinte continua um enigma, uma versão codificada da realidade que somos capazes de aceitar e visualizar. A origem da vida, está ligada ao maior mistério da existência humana, atinge e alimenta diversos comportamentos sociais, crenças, teorias, conceitos e teses.

Milhares de culturas religiosas foram criadas durante a nossa existência nesse planeta, muitas foram praticadas e são ainda hoje, por mais de 5.000 anos. A mais antiga das religiões que se tem registro, é o hinduísmo cuja a tradição oral, data de aproximadamente 3.500a.C, na Índia.

Não importa qual seja a crença ou o conceito, todas elas de forma geral, buscaram e criaram uma explicação para a origem da vida, além de procurar um caminho, um conjunto de conceitos morais para que a própria sociedade humana pudesse coexistir. Sempre houve uma necessidade intrínseca de não estar sozinho, de não sentir em seu âmago uma plena solidão cósmica. Temos uma necessidade latente de acreditar plenamente em divindades e em locais tão puros e tão sujos que chegam a ser o fator de orientação predominante na vida de uma pessoa em absolutamente qualquer parte do mundo.

O ser humano, além de ter essa necessidade, tem a sensação, uma demanda energética que emana do nosso inconsciente coletivo, que nos diz claramente sem palavras: "Você não está sozinho!"
Quando olhamos para o céu, focamos nossos pensamentos, anseios, angústias, agradecimentos, sentimentos...mas porque fazemos isso?

Porque nos comunicamos com o universo de forma tão natural e constante? O que há no céu?

Uma explicação plausível e aceita, é que as pessoas, de forma geral, tendem a absorver e seguir conceitos religiosos onde as suas divindades maiores, vivem em outras esferas dimensionais que geralmente são consideradas acima da nossa. Portanto as pessoas olham para cima, para se comunicar com essas divindades.
Mas esse comportamento social, nos leva diretamente a uma questão pertinente; essa prática usual surgiu depois da criação das primeiras religiões, ou já nos comunicávamos com o universo antes das suas criações e justamente por isso começamos a criar "rostos" e "formas" para o que o firmamento realmente nos significa?

Umas das conquistas mais antigas de nossos ancestrais humanos, foi o controle do fogo. Sem essas técnicas, provavelmente nossa espécie não teria sobrevivido. Depois que isso aconteceu, tudo mudou para a humanidade.

Qual foi o desafio que fez com que nossos ancestrais humanos fossem capazes de dominar o elemento mais volátil e essencial da Terra, o fogo? Foi apenas mais uma parte do nosso desenvolvimento intelectual?

Quando olhamos para o fogo, temos a sensação de que nossos ancestrais, de alguma forma, estavam esfregando gravetos, mas todas as culturas antigas, dizem que esse conhecimento nos foi dado. Segundo as lendas dos nativos americanos, o fogo foi roubado do “mundo” acima, segundo os Maoris, o fogo foi roubado dos “Deuses”, na mitologia grega, foi Prometeu quem roubou o fogo e os deu para os humanos. Qual é o motivo de tantos mitos e lendas serem tão semelhantes em vários locais distintos do globo? Se esse conhecimento nos foi dado, por quem exatamente?
 Uma certeza evidente, é que a partir do momento em que o ser humano começa a se relacionar de forma afetiva e principalmente em desenvolver o raciocínio prático e lógico, os primeiros passos haviam sido dados para o seu subsequente e maior degrau evolutivo, a associação da linguagem em seus padrões de rotina.

Agora, além de poder manter um nível social mais elevado, com a formações de grupos familiares mais conscientes, com a linguagem nossos ancestrais podiam se comunicar de forma direta, além de passar adiante os conhecimentos já adquiridos. Então agora as pessoas podiam aprender umas com as experiências das outras...como tempo, o domínio do fogo e ferramentas rudimentares, começamos a nos distinguir intelectualmente, de forma prática e filosófica.
Mas foi exatamente em algum momento desse desenvolvimento ainda primitivo e dessa interação com o meio e com as outras pessoas, que começamos a nos perceber diferentes, completamente distintos de todos os outros animais. Já começávamos a realizar feitos que não víamos em sua forma natural, estávamos adaptando o meio às nossas necessidades, essa também é uma qualidade absolutamente única do ser humano, todas as outras espécies já nascem com uma "orientação" de adaptabilidade ao meio em que vive, de forma natural e programada




Éramos melhores, mais adaptáveis e flexíveis, nossa inteligência e nossa comunicação racional, nos tornava o ser dominante, então começamos a racionalizar a nossa existência...então começamos a nos sentir unicamente sozinhos, a nossa era a única espécie capaz de interagir conosco em um nível mais complexo e avançado.

O que ou quem foi responsável por toda essa evolução humana? Como deixamos de provavelmente ser simples seres primatas e socialmente involuídos, para nos tornarmos a espécie mais desenvolvida do planeta?
Inicialmente éramos apenas um grupo de animais que coexistia de forma comunitária, que tinha a sobrevivência como maior objetivo de existência, depois, de forma abrupta e até então inimaginável, passamos para seres complexos, que desenvolveram uma comunicação com signos e códigos e posteriormente uma linguagem verbal própria, ferramentas e adornos, racionalizações práticas e diretas, sentimentos e necessidades intrínsecas tão distintas e complicadas.




Essa transformação radical e grandiosa, no leva de volta às questões sobre o surgimento da vida e toda a história evolutiva de todas as espécies que já coexistiram em nosso planeta. Como esses "saltos" acontecem? Do nascimento da vida ao fato mais impressionante e único de que temos conhecimento, como a natureza por si só, é capaz de criar e cercear a vida e a evolução das espécies?






Assim como as religiões são criações humanas genuínas e tentam explicar a criação, nos tempos modernos até os dias atuais, a ciência através de suas disciplinas e estudos, também tenta nos dar uma versão para a criação e a evolução.

De todas as teorias já criadas pelas diversas ciências e suas ramificações, a mais aceita até hoje é a teoria natural da evolução de Charles Darwin. Naturalista, inglês, nascido em 1809 e tendo falecido em 1882, esse médico e teólogo, passou muitos anos dentro de um navio, viajando e pesquisando as espécies, os habitats onde elas vivem e a sua adaptação ao meio. Após vinte anos de pesquisa, ele desenvolveu a sua tese: A seleção natural.

A seleção natural é um processo pelo qual características hereditárias que contribuem para a sobrevivência e reprodução se tornam mais comuns numa população, enquanto que características prejudiciais tornam-se mais raras. Isto ocorre porque indivíduos com características vantajosas tem mais sucesso na reprodução, de modo que mais indivíduos na próxima geração herdem estas características. Ao longo de muitas gerações, adaptações ocorrem através de uma combinação de mudanças sucessivas, pequenas e aleatórias nas características, mas significativas em conjunto, em virtude da seleção natural e das variantes mais adequadas, ou adaptados ao seu ambiente. Em contraste, a deriva genética produz mudanças aleatórias na frequência das características numa população. A deriva genética reflete o papel que o acaso desempenha na probabilidade de um determinado indivíduo sobreviver e reproduzir-se.


Mas qual seriam os fatores diretos entre o meio ambiente e as próprias espécies biológicas que puderam interferir e contribuir de forma substancial para a evolução por seleção natural, principalmente do ser humano? Quais foram as interferências naturais capazes de gerar a demanda da linguagem por parte do ser humano por exemplo?

Linguagem pode se referir tanto à capacidade especificamente humana para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação, quanto à uma instância específica de um sistema de comunicação. O estudo científico da linguagem, em qualquer um de seus sentidos, é chamado linguística.


Atualmente, entre 3.000 e 6.000 línguas são usadas pela espécie humana, e um número muito maior era usado no passado. As línguas naturais são os exemplos mais marcantes que temos de linguagem. No entanto, ela também pode se basear na observação visual e auditiva, ao invés de estímulos. Como exemplos de outros tipos de linguagem, temos as línguas de sinais e a linguagem escrita. Os códigos e os outros tipos de sistemas de comunicação construído artificialmente, tais como aqueles usados para programação de computadores, também podem ser chamadas de linguagens. A linguagem, nesse sentido, é um sistema de sinais para codificação e decodificação de informações. A palavra portuguesa deriva do francês antigo “langage”. Quando usado como um conceito geral, a palavra "linguagem" refere-se a uma faculdade cognitiva que permite aos seres humanos aprender e usar sistemas de comunicação complexos.

A linguagem humana enquanto sistema de comunicação é fundamentalmente diferente e muito mais complexa do que as formas de comunicação das outras espécies, já que se baseia em um diversificado sistema de regras relativas a símbolos para os seus significados, resultando em um número indefinido de possíveis expressões inovadoras a partir de um finito número de elementos.
De acordo com os especialistas, a linguagem pode ter se originado quando os primeiros hominídeos começaram a cooperar, adaptando sistemas anteriores de comunicação baseado em sinais expressivos a fim de incluir a teoria da mente, compartilhando assim intencionalidade. Nessa linha, este desenvolvimento pode ter coincidido com o aumento do volume do cérebro, e muitos linguistas veem as estruturas da linguagem como tendo evoluído a fim de servir a funções comunicativas específicas. 

A linguagem é processada em vários locais diferentes do cérebro humano, mas especialmente na área de Broca e na Área de Wernicke. Os seres humanos adquirem a linguagem através da interação social na primeira infância. As crianças geralmente já falam fluentemente quando estão em torno dos três anos de idade.

Todas as línguas contam com o processo de semiose que relacionam um sinal com um determinado significado. Línguas faladas e línguas de sinais contém um sistema fonológico que regem a forma como os sons ou os símbolos visuais são articulados a fim de formar as sequências conhecidas como palavras ou morfemas; além de um sistema sintático para reger a forma como as palavras e os morfemas são utilizados a fim de formar frases e enunciados. Línguas escritas usam símbolos visuais para representar os sons das línguas faladas, mas elas ainda necessitam de regras sintáticas que governam a produção de sentido a partir de sequências das palavras.

As línguas evoluem e se diversificam ao longo do tempo. Por isso, sendo a língua uma realidade essencialmente variável, não há formas de falar intrinsecamente erradas. A noção de certo e errado tem origem na sociedade, não na estrutura da língua.

A história de sua evolução pode ser reconstruída a partir de comparações com as línguas modernas, determinando assim quais características as línguas ancestrais devem ter tido para as etapas posteriores terem ocorrido. Um grupo de idiomas que descendem de um ancestral comum é conhecido como família linguística. As línguas que são mais faladas no mundo atualmente pertencem à família indo europeia, que inclui línguas como o Inglês, o espanhol, o português, o russo e o hindi; as línguas sino-tibetanas, que incluem o chinês, mandarim, cantonês e muitos outros; as línguas semíticas, que incluem o árabe, o amárico e o hebraico; e as línguas bantu, que incluem o suaíli, o Zulu, o Shona e centenas de outras línguas faladas em toda a África.

De que forma, em que espaço, dentro no nosso tempo biológico, surgiu algum tipo de necessidade direta e objetiva, capaz de nos trazer aspectos que permitissem a evolução da linguagem humana? O que dentro do nosso meio externo e posteriormente interno, foi capaz de nos levar a esse salto evolucionário tão singular?

Se levarmos em conta a teoria da geração da vida ser espontânea, apenas dependendo de substâncias e condições perfeitas e precisas, e a teoria de Darwin, que diz que as espécies evoluem pela seleção natural; estaríamos pensando em um processo extremamente lento e contínuo. Uma enorme quantidade de tempo biológico seria necessária para que a vida fosse criada e posteriormente as diversas espécies do nosso planeta, fossem surgindo e gradativamente evoluindo naturalmente e de certa forma aleatoriamente.
Esse modelo de evolução proposto por Darwin, no entanto, enfrentou um problema já em sua época: ao coletar fósseis, nunca se observou a lenta modificação dos traços prevista pela teoria. No registro conservado em pedra, muitas espécies pré-históricas apareciam como que de repente. Para Darwin, esse pretenso erro acontecia porque poucas espécies deixavam fósseis e, naquela época, um número muito pequeno havia sido encontrado pelos cientistas. No entanto, mais de cem anos depois, os paleontólogos ainda não constatam o gradualismo em suas descobertas. Para alguns cientistas, o problema pode estar na própria teoria, para se ter uma ideia, um dos maiores questionamentos, é justamente sobre o corpo humano e alguns de seus detalhes. Por exemplo: Se o ser humano realmente é uma evolução direta de um primata, porque deixamos de ter pelos? Todos os seres das espécies primatas, os possuem. Qual seria a lógica e ou necessidade que nos teria feito perder a nossa principal proteção contra o frio, o calor, e a chuva? Muitos fósseis de hominídeos foram encontrados no interior de cavernas, se utilizando de diversos tipos diferentes de peles de animais, muito provavelmente para se aquecer. Então se o ser humano é mesmo uma evolução natural de um animal com pelos, porque os perderíamos, se eram uma forma natural e extremamente útil de nos protegermos das variações do ambiente e mesmo de outros animais?

Outra questão importante, é a presença de animais que hoje sabemos que são espécies ainda mais antigas que o próprio ser humano, mas que não deram seguimento em sua evolução por seleção natural. Animais como os crocodilos e jacarés, tartarugas marinhas e jabutis, algumas espécies de baleias e peixes como tubarões, já estão nos ecossistemas terrestres há centenas de milhões de anos, muito antes dos primeiros primatas. Seus fósseis são largamente encontrados em vários locais do globo e datam de vários períodos, no entanto sua estrutura óssea e formato, continuam o mesmo por todo esse tempo. Alguns cientistas menos ortodoxos, propõem que se esses animais permanecessem evoluindo constantemente desde os períodos de vida mais conhecidos de suas espécies, seguindo a teoria de Charles Darwin, tecnicamente hoje deveriam ser até mesmo mais inteligentes e evoluídos que a nossa própria espécie. Segundo esses cientistas, a teoria de Darwin é falha e muito difícil de se sustentar. Alguns dizem que se a teoria citada fosse mesmo definitiva e assertiva, deveríamos então ver cidades submarinas de tubarões e baleias, linguagens complexas presentes em crocodilos e jacarés e etc.

Em 1972, Stephen Jay Gould e o paleontólogo Niles Eldredge, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, Estados Unidos, propuseram a hipótese do “equilíbrio pontuado” para resolver esse mistério. Para eles, a evolução acontece em saltos relativamente rápidos, de cerca de 10.000 anos. Uma vez desenvolvidas, as espécies tendem a se manter constantes por até milhões de anos. Esses saltos acontecem quando populações pequenas desenvolvem rapidamente novas características para se adaptar a um determinado ambiente. É ponto pacífico que um grupo reduzido de indivíduos tende a evoluir em menor tempo, uma vez que qualquer nova característica é facilmente espalhada para todos.
Quando o grupo se modifica, ele pode migrar ou cruzar com outras populações e transmitir rapidamente os novos traços para o resto da espécie. Os rastros que um modelo desses deixa no registro fóssil dão a ideia de que a evolução "tirou férias" durante milênios e trabalhou freneticamente por pouco tempo.

A novidade dessa teoria em relação ao darwinismo ortodoxo é que, em vez da evolução lenta e gradual que age em princípio sobre indivíduos, há uma evolução rápida que é causada por grupos inteiros.

Pesquisas recentes mostram que, em alguns casos, as espécies podem evoluir ainda mais rápido do que Gould e Eldredge imaginaram. Um estudo divulgado em outubro do ano passado apresentou evidências de que uma espécie de salmão chegou quase ao isolamento reprodutivo em cerca de 60 anos. Durante a década de 1930, esse peixe foi introduzido em um hábitat no noroeste dos Estados Unidos composto de um rio e uma praia fluvial. Alguns animais se especializaram em viver na correnteza e desenvolveram características distintas daqueles que habitavam as águas calmas da praia. Hoje em dia, os peixes de uma população dificilmente se reproduzem com os da outra e, caso isso ocorra, os descendentes têm poucas chances de sobreviver. “Ainda não se pode dizer que são duas espécies diferentes, mas esse caso é um modelo de como surgem novas linhagens”, afirma Andrew Hendry, da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, o autor do estudo.
Para muitos pesquisadores, diversos outros fatores tendem a interferir na evolução. Muitas das características dos seres vivos podem surgir como consequências de outras modificações. Algumas vezes, eles são apenas frutos do acaso. Além disso, teorias indicam que alguns sistemas podem se auto organizar sem sofrer interferência da seleção natural.
Um método muito utilizado para explicar a origem das características dos seres vivos é o adaptacionismo. Ele parte do princípio darwinista de que as modificações entre uma geração e outra são aleatórias e é em contato com o ambiente que algumas se tornam dominantes e outras são eliminadas. Assim, é possível traçar o caminho pelo qual as espécies evoluíram analisando a forma como cada novo traço facilitou a adaptação ao ambiente. Por exemplo, os morcegos, que são mamíferos, desenvolveram asas como as aves, o que indica que voar é uma boa solução para superar dificuldades evolutivas e se adaptar ao ambiente em que vivem.

Muitos biólogos, no entanto, acreditam que o adaptacionismo também tem seus limites. Algumas características dos seres vivos podem surgir por simples acaso. É o que mostra a pesquisa realizada por Richard Lenski, da Michigan State University, com a Escherichia coli, uma bactéria encontrada em enorme quantidade no intestino dos animais. Em 1988, ele separou 12 culturas idênticas dessa espécie e as cultivou por mais de 11 anos, o que representou cerca de 24.000 gerações (em termos humanos, esse número equivaleria a cerca de 500.000 anos). Durante todo esse tempo, enfrentaram um ambiente com baixa quantidade de glicose, uma substância da qual se alimentam. Em princípio, as populações evoluíram de forma semelhante e todas aumentaram quase duas vezes o tamanho do seu corpo. No entanto, após os primeiros milhares de gerações observou-se que o material genético dos grupos não era mais igual.

É possível também que a evolução combine a seleção natural com outras leis da natureza. É o que indicam novos estudos das ciências da complexidade. Essa linha de pesquisa parte do princípio de que alguns sistemas possuem tendências que não podem ser explicadas pelas características de suas partes. Por exemplo, não é possível prever a direção de uma avalanche se conhecermos apenas as características dos flocos de neve, assim como não se pode partir apenas da psicologia de cada torcedor para entender o comportamento de uma torcida de futebol. É o sistema como um todo, em sua complexidade, que deve ser analisado.

Para o americano Stuart Kauffman, esse princípio pode explicar a origem da vida. O mundo, antes dos seres vivos, era basicamente um amontoado de moléculas de diferentes tipos. Cada uma delas possuía a capacidade de acelerar quimicamente a formação de outras partículas. Em um certo momento, o conjunto adquiriu uma quantidade razoável dessas moléculas, que começaram a interagir e acelerar o desenvolvimento do conjunto todo. Formou-se assim um sistema estável e auto suficiente, semelhante a um ser vivo. A ideia de que substâncias mortas se organizem de uma hora para outra para criar a vida pode parecer estranha, mas foi observada por Kauffman em simulações por computador. Portanto, aquelas formas primitivas de vida, criadas quimicamente, estariam depois sujeitas à seleção natural, mas não foram criadas por ela.

A discussão pega fogo quando chega a hora de explicar a evolução humana. Será que o nosso cérebro e, em consequência, o nosso comportamento, pode ser explicado pela seleção natural? Os adeptos da psicologia evolutiva acreditam que sim: algumas das nossas atitudes surgiram da necessidade de nos adaptarmos ao longo da evolução. Essa teoria parte do princípio de que o comportamento humano pode ser separado em módulos mentais, responsáveis por diferentes funções. Alguns são quase óbvios, como a habilidade de reconhecer objetos visualmente ou de calcular distâncias. Outros são mais difíceis de imaginar, como o módulo para detectar trapaças e o que relaciona a simetria facial à beleza. Segundo pesquisas nesse campo, nós consideramos pessoas simétricas mais atraentes porque, há alguns milênios, a beleza estava relacionada com a saúde. Assimetrias poderiam ser um sinal de infecções ou contusões e entraram em nossa programação biológica como traços a serem evitados.

As relações entre a seleção natural e o nosso cérebro são tão interessantes quanto controversas. Para muitos cientistas, o cérebro é um órgão complexo demais para ser dividido em módulos e é possível que a maior parte do nosso comportamento seja formada por consequências secundárias de outras modificações.

A capacidade de ler e escrever seria uma dessas características. A seleção natural fez com que o ser humano ganhasse inteligência porque ela era importante nas savanas africanas, mas não para que o homem redigisse textos. Posteriormente, a escrita tornou-se importante, mas não faz sentido buscar uma justificativa evolutiva para ela. Assim como a leitura, muitas outras atitudes humanas, como pintar quadros ou voar no espaço, não possuiriam nenhuma explicação adaptativa.

O fato é que até então, mesmo com todos os estudos, conceitos e teorias, além de obviamente todas as crenças, práticas, ritos, doutrinas e religiões criadas pela nossa mais forte força regente, a fé, como é chamada mais usualmente pelo planeta, pouco se tem de realmente concreto e sólido, ao ponto de nos confortar enquanto explicação definitiva para a "criação". Nada até então se apresentou como provado de forma incontestável!

Esse sentimento abrangente e substancial que preenche o vazio que absolutamente todo ser humano tem, seja através da busca pelo conhecimento e ou por um "criador", é que se mostra como uma característica intrínseca e especialmente singular em todos nós. Essa inquietude quanto às nossas origens e destino, pode se manifestar de várias formas em todas as nossas sociedades; temos formas muito céticas e científicas e temos as mais crédulas e religiosas. Essa sensação latente é tão enraizada em nosso próprio código genético, de que não estamos sozinhos e de que nunca houve aleatoriedade ou reações diversas e adversas capazes de gerar o sopro elementar de toda a existência e sua evolução, que passamos grande parte de nossas vidas buscando por respostas ou por algum tipo de conforto espiritual.

Nada pode ser mais produtivo para a melhor e maior compreensão do nosso meio social moderno, que a observação e o estudo aplicado das diversas ciências cujo objetivo é desvendar e entender o passado. Agora temos meios e condições de rever a nossa linha do tempo, não apenas da humanidade, mas do nosso próprio planeta. A geologia, a antropologia, a astrofísica, a arqueologia, a biologia, a química, a física e muitas outras sub ramificações, hoje vem nos abrindo uma gama muito grande e bem fundamentada de teorias e conceitos, alguns desses que antes eram considerados incontestáveis e agora se mostram obsoletos e ultrapassados.

Novas descobertas nos campos da arqueologia, vem deixando toda a comunidade acadêmica e religiosa, sem voz e sem respostas. Até então, é bem comum ver cientistas dizendo que há aproximadamente 10.000a.C, ainda estávamos morando em cavernas, que éramos simples coletores e caçadores primitivos agindo em conjunto com o único objetivo de sobreviver.

Um tema mitológico muito conhecido no Japão, Taiwan, China e Filipinas descrevem a antiga busca por uma civilização perdida naquela região do planeta. Esse folclore cita através de lendas a probabilidade de um reino submerso nas Águas do Oceano Pacífico, com uma linha costeira que unia várias terras e onde os fragmentados arquipélagos da Malásia, da Indonésia, das Filipinas e do Japão não seriam mais do que partes de um grande continente.
Alguns pesquisadores o denominam de Lemúria, mas no Japão, é chamado Hori. E foi em 1985 que mergulhadores japoneses fizeram surpreendentes descobertas. Ao estudarem uma região no Arquipélago de Ryûkyû, a 480 km a sudoeste de Okinawa – Japão, o mergulhador Kihachiro Aratake estava com sua equipe procurando melhores lugares para turistas praticarem mergulho quando encontrou um conjunto de misteriosas ruínas magalíticas. Era uma plataforma com escadarias, as quais cada uma tem mais ou menos 1 metro de altura, assemelhando-se com um altar em pedras cortadas com precisão.

São restos de uma cidade antiquíssima submersa próxima ao território japonês. A área tem 28,88 km² que tem uma população de menos de 200 moradores. Muitos historiadores, arqueólogos e outros cientistas foram atraídos até o sítio arqueológico, onde realizaram estudos geológicos para o cálculo da idade destes monumentos.

Chegaram a uma estupenda conclusão: os monumentos têm perto de 12.000 anos de idade. Isso coloca as edificações como sendo as mais antigas do planeta. Mais oito grandes estruturas feitas pelo homem foram encontradas no decorrer de 10 anos de exploração e pesquisas, com destaque para um enorme platô com mais de 200m de comprimento, e para deixar os arqueólogos ainda mais atônitos, descobriu-se uma pirâmide igual às pirâmides Astecas e Maias (5 andares e alinhadas de acordo com pontos cardeais), além de um conjunto de ziguraes.


Considerando que após redatarem a idade da Esfinge de Gizé para cerca de 12.000 anos de idade (muito mais antiga do que assegura a arqueologia ortodoxa), calcula-se então que esse conjunto de construções no mar japonês tenha sido construído na mesma era em que sugiram as colossais pirâmides do Egito.




E mais surpresas estavam por vir. Não muito longe do local, outras ruínas vieram ao conhecimento, sendo uma delas, uma caverna rodeada de grandes pilares e uma estátua de cabeça humana um tanto gasta pela erosão das águas, submersa a cerca de 18 metros abaixo da superfície. Essa obra megalítica, segundo os arqueólogos, é muito parecida com os Moais da Ilha de Páscoa, na costa do Chile, também no Oceano Pacífico.
São escadarias, entalhes na rocha, rampas, terraços, pilares, desenhos de animais feitos em pedras única e a perfeita indicação de que Yonaguni pode ser o mais antigo sítio arquitetônico da história de uma humanidade desconhecida, principalmente depois que foram encontradas ferramentas de entalhe.



Para completar ainda mais a surpresa dos pesquisadores, outra descoberta: uma parede onde estão gravadas inscrições em estranhos caracteres, chamada Okinawan Rosseta Stone. Esses hieróglifos confirmam que o achado tem tudo pra ser obra de seres humanos, de uma civilização altamente evoluída que habitou o local há vários milhares de anos.







As pesquisas prosseguem através do Masaaki Kimura e sua equipe da Universidade de Ryûkyû. Os cientistas confirmam que essa formação retangular de pedras que foi encontrada submersa na costa do Japão é a evidência de que pode ter existido uma desconhecida e fantástica civilização, anterior a Idade da Pedra.

Outro ponto em nossa história que se mostra um tanto controverso, quanto à linha do tempo e a evolução social humana, foi a descoberta de Göbekli Tepe (Monte com Barriga ou Monte com Umbigo em turco) é o topo de uma colina onde foi encontrado um santuário, no ponto mais alto de um encadeamento montanhoso que forma a porção mais a sudeste dos montes Tauro, a aproximadamente 15 km a nordeste de Şanlıurfa (Urfa) no sudeste da Turquia. O local possui 15 metros de altura por 300 de diâmetro. O sítio arqueológico, que está sendo escavado por arqueólogos alemães e turcos, junto com o sítio de Nevalı Çori, vem revolucionando o conhecimento do neolítico e as teorias sobre o início da civilização.

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Göbekli Tepe já havia sido notada por uma pesquisa arqueológica norte americana em 1964, que reconheceu que a colina não poderia ser inteiramente natural, mas presumiu que anomalias do terreno eram apenas um cemitério bizantino abandonado. Desde 1994 escavações tem sido conduzidas pelo Instituto Arqueológico Alemão e pelo Museu de Şanlıurfa, sob a direção do arqueólogo alemão Klaus Schmidt (1995-2000:Universidade de Heidelberg, desde 2001: Instituto Arqueológico Alemão). Schmidt diz que os fragmentos de rocha na superfície do monte fizeram com que tivesse certeza de que se tratava de um sítio pré-histórico. Antes disso o monte estava ocupado por culturas agrícolas. Gerações de habitantes locais frequentemente moviam rochas e as empilhavam para limpar o terreno e muita evidência arqueológica pode ter sido destruída no processo. Acadêmicos da Universidade Karlsruhe de Ciência Aplicada começaram a documentar os restos arquitetônicos. Logo foram descobertos pilares em forma de T, alguns dos quais apresentando sinais de tentativas de esmagamento.



As escavações sugerem fortemente que Göbekli Tepe era um local de culto, o mais antigo já descoberto até hoje. Até que as escavações tivessem começado, não se imaginava possível um complexo nessa escala para uma comunidade tão antiga. A grande sequência de camadas estratificadas sugere muitos milênios de atividade, talvez desde o mesolítico. A camada com indícios de ocupação humana mais antiga (stratum III) continha pilares monolíticos ligados por paredes construídas grosseiramente para formar estruturas circulares ou ovais. Até agora, quatro construções como essas foram desenterradas, com diâmetros entre 10 e 30 metros. Pesquisas geofísicas indicam a existência de mais 16 estruturas.

O stratum II, datado do Neolítico Pré-Cerâmico B (PPNB, na sigla em inglês, 10.000 - 8.000a.C), revelaram várias câmaras retangulares adjacentes com pisos de cal polido reminiscências de pisos em estilo "terrazzo" romanos. A camada mais recente consiste de sedimentos depositados pela erosão e pela atividade agrícola.

Os monólitos são decorados com relevos esculpidos de animais e pictogramas abstratos. Esses sinais não podem ser classificados como escrita, mas podem representar símbolos sagrados amplamente compreendidos, por analogia com outros exemplos de arte rupestre do neolítico.


Os relevos representam leões, touros, raposas, gazelas, burros, serpentes e outros répteis, insetos, aracnídeos e pássaros, particularmente abutres e aves aquáticas. Os abutres aparecem com destaque na iconografia de Çatalhüyük não muito longe dali. Acredita-se que nas culturas neolíticas do sudeste da Anatólia os mortos eram deliberadamente expostos para serem devorados por abutres e depois enterrados. A cabeça do cadáver era às vezes removida e preservada, possivelmente como um sinal de culto aos ancestrais.

Poucas formas humanoides foram desenterradas em Göbekli Tepe mas estas incluem relevos de uma Venus accueillante, o termo de Schmidt para uma mulher em uma pose sexualmente provocativa, e pelo menos um cadáver decapitado cercado de abutres. Alguns dos pilares em forma de "T" tem "braços" esculpidos, o que pode indicar que eles representam humanos estilizados. Outro pilar é decorado com mãos humanas no que poderia ser interpretado como um gesto de oração, com uma estola ou sobrepeliz gravada acima, o que pode representar um sacerdote.

Diante das mais intrigantes e incontestáveis evidências encontradas nos dias mais atuais, e o segmento dos seus estudos e compreensão, cientistas menos ortodoxos, principalmente arqueólogos e geólogos além de pesquisadores, estão plenamente convencidos que em tempos muito remotos, grandes e evoluídas civilizações existiram e ocuparam a face da Terra. O que de forma direta e resoluta, questiona e nos trás à tona, diversas questões objetivas e claras:

Se há 10.000a.C estávamos coletando alimentos na natureza, além de caçar e se ajudar em aspectos cotidianos simples, com o intuito de apenas sobreviver e perpetuar a espécie, como os cientistas ortodoxos dizem que aconteceu. Como pode ser concebível que cidades e monumentos complexos e com uma intrincada variedade de conhecimentos necessários para as suas construções, possam ter sido construídos na mesma época?
Se essas escavações arqueológicas, ainda em estágio inicial, já estão sendo capazes de nos mostrar que nossa linha do tempo da humanidade, está completamente equivocada, o que mais poderá nos mostrar quando concluídas?

O fato é que com a descoberta de novas tecnologias e com o avanço das ciências, de forma geral, estamos começando e compreender o nosso passado, um rápido vislumbre do que pode e deve ter sido a nossa humanidade mais ancestral. Agora já sabemos que as civilizações humanas, são muito mais antigas do que poderíamos imaginar. Novos sítios arqueológicos, levam cientistas a reformular essa linha e hoje já se fala que talvez as primeiras civilizações humanas, datem de 20.000a.C, podendo chegar a 40.000a.C.

É um verdadeiro buraco no tempo, uma lacuna considerável e desproporcional ao que se sabia e compreendia. Ainda estamos engatinhando para preencher e restabelecer uma nova linha do tempo, mas já sabemos que civilizações humanas, são muito mais antigas do que imaginávamos. Um detalhe muito pertinente e até então pouco relacionado, como uma possível causa para o desaparecimento de muitas civilizações antigas, é o final da última era do gelo ou era glacial.

O termo era do gelo (também idade do gelo, período glacial ou era glacial) é utilizado para designar um período geológico de longa duração de diminuição da temperatura na superfície e atmosfera terrestres, resultando na expansão dos mantos de gelo continentais e polares bem como dos glaciares alpinos. Ao longo de uma era do gelo prolongada ocorrem períodos com clima extra frio designadas glaciações. Em termos glaciológicos, o termo era do gelo implica a presença de extensos mantos de gelo tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, e segundo esta definição encontramo-nos ainda numa era do gelo, mas no final cíclico desse período (pois tanto o manto de gelo da Groenlândia como o manto de gelo antártico ainda existem).

Coloquialmente, quando se fala dos últimos milhões de anos, "a" era do gelo refere-se ao mais recente período mais frio com extensos mantos de gelo sobre a América do Norte e Eurásia: neste sentido, a era do gelo mais recente atingiu o seu ponto alto durante o último máximo glacial há cerca de 25.000 anos.

Existem três tipos principais de evidências de eras glaciais: geológicas, químicas e paleontológicas.

• Geológicas: as evidências geológicas ocorrem sob formas variadas, incluindo abrasão, arranque e pulverização de rochas, morenas de glaciares, drumlins, vales glaciares, e a deposição de sedimentos glaciares e blocos erráticos. Glaciações sucessivas tendem a distorcer e apagar evidências geológicas, tornando-as difíceis de interpretar.

• Químicas: este tipo de evidências consiste sobretudo de variações nas proporções de isótopos em fósseis presentes em sedimentos e rochas sedimentares, testemunhos de sedimentos marinhos, e para os períodos glaciais mais recentes, testemunhos de gelo. Uma vez que água contendo isótopos mais pesados tem um maior calor de evaporação, a sua proporção diminui em condições mais frias. Tal fato permite a construção de um registro de temperaturas. Porém, esta evidência pode ser afetada por outros fatores registrados pelas proporções isotópicas; por exemplo, uma extinção em massa aumenta a proporção de isótopos mais leves nos sedimentos e no gelo porque os processos biológicos usam preferencialmente isótopos mais leves, portanto uma redução da biomassa terrestre ou oceânica resulta num deslocamento repentino e biologicamente induzido do equilíbrio isotópico no sentido de existirem maiores proporções de isótopos mais leves disponíveis para deposição.

• Paleontológicas: estas evidências consistem em alterações na distribuição geográfica dos fósseis. Durante um período glacial os organismos adaptados às temperaturas mais baixas espalham-se por latitudes mais altas e organismos que preferem condições mais quentes tornam-se extintos ou são empurrados para latitudes mais baixas. Esta evidência é também difícil de interpretar porque requer (1) sequências de sedimentos cobrindo um longo período de tempo, em várias latitudes e que sejam facilmente correlacionáveis; (2) organismos antigos que sobrevivem durante vários milhões de anos sem alterações e cujas preferências térmicas sejam facilmente diagnosticadas; e (3) a descoberta de fósseis relevantes, o que requer muita sorte.

Apesar das dificuldades, as análises de testemunhos de gelo e de sedimentos oceânicos, mostrou a existência de períodos glaciais e interglaciais ao longo dos últimos milhões de anos. Estas análises confirmam ainda a ligação entre eras do gelo e fenômenos da crusta continental como morenas, drumlins e blocos erráticos. Assim, os fenômenos da crusta continental são aceites como boa evidência de eras do gelo anteriores quando são encontrados em camadas criadas muito antes do período de tempo do qual estão disponíveis testemunhos de gelo e de sedimentos oceânicos.
Sabemos que uma grande porção populacional do planeta, vive e depende diretamente dos oceanos. Nos tempos atuais, os oceanos são importantes não apenas por conta de todos os seus pescados, que alimentam e movimentam a economia do turismo pelo mundo, mas como importante e estratégico local onde são construídos portos e bases para monitoramento e defesa das costas, onde esses oceanos se encontram com os continentes. Nos tempos antigos, não era muito diferente, agora começamos a fazer um link entre as recentes descobertas de civilizações antigas e litorâneas, e o seu total desaparecimento ou ocultamento em nossos litorais. Nos últimos dez anos, mais de 17 locais foram descobertos, como sendo possíveis e potenciais sítios arqueológicos, alguns na costa da índia, citados inclusive no Mahabharata e no Ramáiana, o Mahabharata é visto por alguns autores como o texto sagrado de maior importância no hinduísmo, e pode ser considerado um verdadeiro manual de psicologia evolutiva de um ser humano. A obra discute o tri-varga ou as três metas da vida humana: kama ou desfrute sensorial, artha ou desenvolvimento econômico e dharma, a religiosidade mundana que se resume a códigos de conduta moral e rituais.

Uma parte da nossa história, embora ainda obscura, parece começar a emergir dos oceanos, bem à nossa frente! E uma explicação plausível e concreta, aponta como sendo a mais possível causadora do desaparecimento dessas antigas civilizações e com elas, grande parte da nossa história social evolutiva.
Se passarmos a considerar que há mais de 25.000a.C, já éramos capazes de construir cidades e monumentos megalíticos com uma complexidade e precisão que causam espanto até hoje, podemos traçar um paralelo natural importante, a última era do gelo em nosso planeta. As datas coincidem, então se imaginarmos que muitas cidades litorâneas foram construídas sobre o gelo, ou mesmo sobre as rochosas costas da época, basta concluirmos que o degelo dessa severa fase do planeta, teria aumentado em quase 2/3 o nível dos oceanos, o que diretamente teria levado a um processo gradativo e constante de alagamento e destruição dessas cidades antigas litorâneas.

Então será que grande parte da nossa história ainda pode estar submersa, esperando para ser encontrada e compreendida? As ciências modernas com o apoio das tecnologias atuais e disponíveis, vem encontrando cada vez mais indícios de que grandes cidades e civilizações inteiras foram engolidas pelos oceanos, sítios arqueológicos inteiros estão sendo encontrados até 2.000 km das costas pelo globo, principalmente no oriente, na região da América Central, África e Eurásia. Estima-se que com o degelo da última era glacial, há aproximadamente 25.000 anos a.C, uma porção de terra praticamente igual ao total compreendido pela atual Europa, tenha sido submersa e desaparecido sob os oceanos. Se considerarmos que a população global nessa época era menor que a de hoje, e se pensarmos que eles deveriam extrair grande parte de seu sustento e comércio dos oceanos e que por isso devem ter construído grandes cidades, fortificações e antigos portos em toda essa área, que era o espaço litorâneo dessa época, com o aumento dos níveis oceânicos, grande parte da nossa identidade cultural e histórica pode ter se perdido sob a água.

Migrações constantes e com números cada vez maiores de indivíduos, foram deixando para trás grandes cidades, portos e templos, além de monumentos que hoje começam a ser descobertos e com eles uma lacuna importante a ser preenchida sobre os nossos processos evolutivos biológicos, sociais e humanos. Em um processo gradativo, esses espaços foram se tornando cada vez mais impossíveis de serem habitados, foram sendo inundados e castigados pelas marés cada vez mais altas e intensas, aos poucos as pessoas foram buscando o interior dos continentes, procurando novos locais para se restabelecerem. Muitas culturas e civilizações devem ter se perdido socialmente, ainda durante esse mesmo processo de migração. A falta de liderança e infraestrutura para todas as pessoas, fez com que pequenos grupos fossem formados, muitos devem ter sucumbido a essas mudanças, outros formaram novas aldeias que podem ter dado origem a cidades posteriores, com uma nova mistura de culturas e experiências.

Mas ainda com toda a nossa tecnologia presente, não podemos precisar o que aconteceu de fato, são evidências que muito aos poucos vão montando um intrincado quebra-cabeças...mesmo com todos os esforços recorrentes, ainda estamos muito longe da grande descoberta, começamos a engatinhar em direção a nossa origem, às respostas mais importantes que ainda precisam ser respondidas e compreendidas.




Qual é a origem da vida? De onde nós viemos? Para onde nós vamos quando morremos? Existe mesmo um criador ou criadores? Há um propósito "maior" para a nossa existência?